Flor Azul: projeto multidisciplinar para acompanhar mulheres com câncer de mama

Flor Azul é um projeto multidisciplinar coordenado pelo Dr. Daniel Buttros para acompanhar mulheres diagnosticadas com câncer de mama, tem como objetivo principal a perda de peso de pacientes em tratamento ou que se encontram livres da doença, com ação de equipe interdisciplinar que envolve acompanhamento individualizado com foco na promoção de estilo de vida saudável, incluindo orientação do educador físico e diretor do Instituto Bem-Estar em Rio Claro Giulliano Esperança, o mastologista e professor de medicina da Faculdade de Botucatu Dr. Daniel Buttros, nutricionista e doutora em oncologia da Faculdade de medicina da USP Dra. Graziela Ravacci, a nutróloga e médica integrativa Caroline Prochnow, a nutricionista Juliana Chiodini e o biomédico Maurício Chiodini.

“O desenho da metodologia é um estudo que tem acompanhamento de seis meses, com grupos de 30 pacientes, todas elas na pós-menopausa e que serão submetidas a mudança de estilo de vida, com atividade física diária, e mudanças da dieta supervisionada. Todo esse complemento será realizado, acompanhado e supervisionado por exames sérios e a expectativa do grupo é que as pacientes, após os seis meses, estejam prontas e que tenham perdido peso e continuem se mantendo saudável fora do projeto”, explica o mastologista e professor de medicina Dr. Daniel Buttros.

Qual seu impacto?

Estudos há cerca de 10 anos indicam que mulheres tratadas de câncer de mama apresentam maior risco para síndrome metabólica, diabete, doença aterosclerótica, hipertrigliceridemia e obesidade abdominal, importantes fatores de risco para doença cardiovascular, quando comparadas as mulheres sem câncer de mama.

A Organização Mundial da Saúde estima que em 2020, 2,3 milhões de novos casos de câncer de mama tenham sido detectados. Para 2035 serão 2,6 milhões de mulheres com câncer de mama com um acréscimo de mortalidade de 35%, totalizando 846 mil mortes (Buttros, 2018).

O diagnóstico precoce do câncer de mama, possibilitado pelo rastreamento mamográfico, aliado a tratamentos para a doença, tem aumentado significativamente a sobrevida das pacientes. Contudo, a American Heart Association (AHA) divulgou em 2018 um documento inédito demonstrando grande preocupação com o risco cardiovascular de mulheres com câncer de mama em virtude de terapias potencialmente cardiotóxicas.

“Nós não iremos falar de atividade física para pessoas com câncer, iremos falar de atividades para pessoas que estão em uma situação de saúde que precisa ser tratada. E o que eu faço hoje com os meus alunos, é o que eu faço com os nossos grupos dos pacientes em tratamento de câncer. A diferença do exercício físico para uma pessoa saudável para uma pessoa que está em tratamento de câncer, é nenhuma. Não se trata de uma atividade física adaptada, mas se trata de vida, de coração. Essa é minha missão nesse projeto, falar de vida”, destaca o educador físico e diretor do Instituto Bem-Estar Giulliano Esperança.

Além dos efeitos do tratamento, grande atenção tem sido dada também a obesidade, a qual está diretamente relacionada ao aumento da taxa de mortalidade por DCV (doenças cardiovasculares) e diabete.

Logo, contata-se a necessidade de mudanças no estilo de vida visando a redução do risco de DCV para a saúde dessas mulheres, objetivo esse contemplado pelo projeto Flor Azul.

Redação

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