Gestores discutem saúde baseada em valor e foco em saúde mental

Visando discutir a importância das estratégias de saúde corporativa dentro das empresas para minimizar os impactos sobre a força de trabalho nesse momento crítico, a Associação Brasileira de Profissionais de Recursos Humanos (ABPRH), por meio de seu squad de Saúde Corporativa, reuniu médicos, gestores de saúde corporativa e recursos humanos, em um encontro online, no último dia 28 de abril. Ações em prol da saúde mental e como mensurar os resultados dos modelos implantados na empresa estiveram entre principais os tópicos abordados.

O debate foi mediado por Goldete Priszkulnik, membro do hub de Saúde Suplementar da ABPRH, com tradução simultânea em libras por Rodrigo Paulino e Karoline Andrade. Além disso, contou com a participação de Leonardo Piovesan, VP de Saúde Corporativa da entidade e Gerente Médico de Saúde Corporativa Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Clemente Nobrega, fundador da Innovatrix; Danny Taylor, VP de RH da P&G; Fernando Akio Mariya, gerente médico da P&G; Maria Carolina Gomes, diretora executiva de Gente & Gestão do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Vitor Cruz, Superintendente técnico atuarial da Qualicorp. O objetivo principal foi o compartilhamento de experiências do que está sendo feito na prática.

Foi um consenso entre todos os participantes a necessidade do desenvolvimento e de implementação de medidas para engajamento de familiares na prevenção e cuidado à saúde. Tornar as pessoas mais saudáveis com foco em atenção básica e por meio da educação em saúde para a prevenção, a necessidade de uma equipe multidisciplinar para atender e monitorar a saúde dos funcionários, programas de apoio pessoal, psicológico e financeiros, também estiveram entre os pontos apontados como primordiais.

“Educação em saúde para a prevenção. Esse é o foco da gestão da saúde corporativa da P&G. Esse tipo de atenção à saúde acaba indiretamente reduzindo os custos com saúde da empresa, já que há, inclusive, a possibilidade de prevenção e acompanhamento de doenças crônicas”, ressalta  Fernando Akio Mariya, gerente médico da P&G.

Para Leonardo Piovesan, desmistificar o tema saúde mental e a quebra de tabus, falando sobre depressão, burnout e dependência química, é algo bastante importante. O Gerente Médico de Saúde Corporativa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, complementa que  atualmente  uma gerência cuida da área da Saúde Integrada, fazendo a interface com a Segurança do Trabalho, Centro de Atenção Primária, tudo centrado no colaborador e em seus dependentes. Porém, já há 11 anos, a instituição desenvolve o programa de Saúde corporativa em parceria com a seguradora. “Essa maturidade na gestão de saúde fez entender que há necessidade de ser parceiro dos outros players que agregam valor à gestão”, enfatiza.

Maria Carolina Gomes, também do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, complementa: “Esse trabalho é voltado para o colaborador e buscamos compreender as questões da saúde mental. Temos ainda acompanhado o programa  de Apoio Pessoal, que acabamos de implementar. Mas, o foco tem de ser a prevenção, desde a oferta de um ambiente saudável de trabalho, até às demais medidas de avaliação e tratamento”.

Saúde baseada em valor e os meios de mensurar os resultados dos modelos implantados na empresa também foram tópicos discutidos. Clemente Nobrega, enfatizou a necessidade de ter uma visão de saúde integrada, com o apoio da tecnologia, modelos preditivos e teleatendimento. “Esse é o tema central da saúde: medir resultados para o paciente a partir da gestão da saúde. Isso não começa com a discussão de dinheiro. Mas sim pensar em formas alternativas de pagamento no atual sistema. Portanto, surge a necessidade de se ter uma visão de saúde integrada, que precisa ser implantada nas empresas. Essa é a nova medicina e os novos negócios em Medicina e que estarão vigentes nos anos 20. O que falta é gente disposta a experimentar esses novos modelos, pois há ferramentas para isso”, destaca o fundador da Innovatrix.

De acordo com Danny Taylor, VP de RH da P&G,  a empresa investe cerca de 250,18 reais por usuários, no modelo pré-pagamento para as 6,7 mil vidas  no Brasil. Isso reflete como resultado de todo o modelo de prevenção e educação em Saúde, que conseguiu reduzir a sinistralidade e os custos com planos de saúde. “Importante como integramos o time médico com o curso natural do negócio, ou seja, o médico também precisa ter uma visão de negócio, como um líder de negócio”.

Vitor Cruz, ressaltou que uma má gestão da saúde dos colaboradores e dependentes é sem dúvida uma fonte de prejuízo e aumento de custos. Especialmente quando a empresa opta por adotar um modelo de pós-pagamento. “Na teoria há uma economia na mudança de pré para pós pagamento, porém quando se muda para o pós-pago, a empresa assume o risco de pagar a conta toda, portanto. É algo que precisa ser  bem pensado. Um dos princípios básicos para a mudança de pré para pós é ter uma boa carteira de beneficiários e, além disso, ter a infraestrutura necessária para fazer o controle deste modelo”, explica.

Veja abaixo a gravação do evento na íntegra:

Redação

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.