Em 2017 os hospitais da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) viram suas despesas crescerem mais do que as receitas.
A receita por saída hospitalar cresceu 7,3% em 2017, enquanto a despesa por saída hospitalar subiu 8,1% no mesmo período. (Gráfico 1)
Gráfico 1 – Receita líquida e despesa total por saída hospitalar (R$) – Média dos hospitais Anahp
Fonte: SINHA/Anahp. Dados preliminares, ainda sujeitos a revisão.
Um fator que ajuda a explicar o resultado econômico-financeiro dos hospitais privados em 2017 é o aumento do prazo de recebimento de recursos das operadoras por parte dos hospitais e do índice de glosas (recusa de pagamento por parte das operadoras).
O prazo médio de recebimento subiu de 66,8 dias em 2016 para 74,3 dias em 2017. (Gráfico 2)
O índice de glosas, medido como proporção da receita líquida, cresceu de 3,4% para 4,1%. (Gráfico 3)
Gráfico 2 – Prazo médio de recebimento (dias) – Média dos hospitais Anahp
Gráfico 3 – Índice de glosas (% da receita líquida) – Média dos hospitais Anahp
Em outras palavras, a dificuldade dos hospitais em receberem os recursos das operadoras acabaram impactando negativamente as suas operações, reduzindo a receita e desestabilizando o fluxo de caixa.
Com isto, os hospitais são obrigados a procurar capital no sistema bancário, aumentando, assim, suas despesas financeiras.
Também ajuda a explicar o resultado econômico-financeiro a maior pressão das despesas com pessoal (empregados e contratados), que respondem por quase metade dos gastos dos hospitais e subiram em 2017.
A participação do custo de pessoal (despesa com empregados) saltou de 34,5% em 2016 para 35,5% em 2017. (Tabela 1)
Já a parcela dos contratos técnicos e operacionais saltou de 12,8% para 13,8% das despesas hospitalares.
Tabela 1 – Distribuição da despesa total segundo tipo de despesa – Média dos hospitais Anahp
Tipo de despesa | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 |
Custo de pessoal | 35,2% | 36,1% | 34,5% | 35,5% |
Contratos técnicos e operacionais | 12,8% | 12,7% | 12,8% | 13,8% |
Medicamentos | 10,9% | 11,2% | 10,6% | 10,8% |
OPME e materiais especiais | 9,4% | 8,3% | 8,6% | 8,5% |
Outras despesas | 5,9% | 5,8% | 7,5% | 7,6% |
Materiais | 7,8% | 6,9% | 6,4% | 6,0% |
Contratos de apoio e logística | 5,9% | 5,4% | 5,2% | 4,6% |
Outros insumos | 2,9% | 3,0% | 3,6% | 3,2% |
Depreciação | 3,0% | 3,0% | 3,0% | 2,9% |
Despesas financeiras | 2,3% | 2,9% | 3,3% | 2,6% |
Utilidades | 1,8% | 2,5% | 2,3% | 2,1% |
Manutenção e assistência técnica | 1,8% | 1,8% | 1,8% | 2,0% |
Gases medicinais | 0,3% | 0,4% | 0,4% | 0,3% |
Fonte: SINHA/Anahp. Dados preliminares, ainda sujeitos a revisão.
93,6% da receita dos hospitais Anahp em 2017 vieram de recursos administrados por operadoras de planos de saúde: 29,9% de cooperativas médicas, 25,2% de planos de autogestão, 24,8% de seguradoras, 12,9% de medicina de grupo e 0,7% de filantropia. (Tabela 2)
Cresceu de 23,8% em 2016 para 24,8% em 2017 a participação das seguradoras, e de 11,8% para 12,9% a participação das operadoras de medicina de grupo.
Por outro lado, caiu a participação da receita advinda de gastos particulares (de 4% para 3,8%) e do Sistema Único de Saúde – SUS (de 3% para 2,6%).
Tabela 2 – Distribuição da receita bruta por fonte pagadora – Média dos hospitais Anahp
Receita bruta por fonte pagadora | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 |
Convênios | 91,5% | 92,4% | 93,0% | 93,6% |
Cooperativa médica | 31,6% | 33,1% | 31,9% | 29,9% |
Autogestão | 24,2% | 25,2% | 24,9% | 25,2% |
Seguradoras | 23,6% | 21,8% | 23,8% | 24,8% |
Medicina de grupo | 11,7% | 11,8% | 11,8% | 12,9% |
Filantropia | 0,2% | 0,2% | 0,3% | 0,7% |
Planos internacionais | 0,2% | 0,3% | 0,3% | 0,2% |
Particular | 4,9% | 4,5% | 4,0% | 3,8% |
SUS | 3,6% | 3,1% | 3,0% | 2,6% |
Fonte: SINHA/Anahp. Dados preliminares, ainda sujeitos a revisão.