Hábitos saudáveis e acompanhamento médico podem minimizar os efeitos colaterais de remédios cardiotóxicos em pacientes oncológicos

Com o avanço da medicina, os tratamentos oncológicos estão cada vez mais modernos, possibilitando que pacientes com câncer ganhem uma sobrevida maior, mantendo a qualidade de vida. Mas, ao mesmo tempo que combatem o câncer, a exposição prolongada a drogas quimioterápicas aumenta a chance do desenvolvimento de doenças cardiovasculares devido ao potencial de cardiotoxicidade.

Para amenizar esse quadro, cardiologistas e oncologistas trabalham juntos para reduzir os efeitos cardiovasculares adversos e, ao mesmo tempo, obter os melhores resultados no tratamento de pacientes com câncer. De acordo com André Gasparoto, cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, as principais manifestações clínicas dos efeitos cardiotóxicos que os pacientes oncológicos podem desenvolver são: insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas, hipertensão arterial, hipotensão arterial (pressão baixa), doenças isquêmicas do coração, doença pericárdica e eventos tromboembólicos. Já a radioterapia pode gerar alguns tipos de doenças das válvulas do coração.

O médico ressalta que os efeitos danosos ao coração variam de paciente para paciente conforme os remédios, a dose e o tempo do tratamento. “Não necessariamente todos os protocolos oncológicos geram efeitos cardiotóxicos, especialmente quando o tratamento fica mais restrito ao órgão afetado”, afirma o especialista.

Ele também reforça a importância de o paciente contar com o acompanhamento de um médico de confiança e fazer uma avaliação cardiológica prévia. Além disso, o médico reforça que “manter hábitos saudáveis de vida, ingerir preferencialmente alimentos nutritivos de acordo com as recomendações médicas, praticar atividade física conforme as condições clínicas, evitar a ingestão de álcool, drogas ilícitas e tabaco são as principais medidas a serem adotadas pelo paciente para evitar os efeitos colaterais das drogas”.

Uma avaliação cardiológica inicial dos pacientes que irão se submeter a terapias potencialmente cardiotóxicas também ajudam a minimizar os efeitos colaterais. “É importante inicialmente incorporar a realização de anamnese e exame físico, focados para a área cardiovascular, um eletrocardiograma em repouso e a avaliação basal da função ventricular esquerda pela ecocardiografia, preferencialmente, ou pela ventriculografia radioisotópica”, completa o cardiologista.

Em janeiro de 2009, foi criada a Sociedade Internacional de Cardio-Oncologia, que tem como objetivo unir essas duas especialidades médicas para promover o cuidado adequado ao paciente oncológico. O principal intuito é promover a prevenção, o diagnóstico adequado e o tratamento das doenças cardiovasculares nesse grupo de pacientes, permitindo que estejam em condições ideais para receber o tratamento específico.

Redação

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