Hospitais filantrópicos paulistas aderem à movimento nacional por recursos financeiros

As Santas Casas e hospitais filantrópicos representados pela Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo) aderem ao movimento nacional “CHEGA DE SILÊNCIO”, promovido pela CMB (Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos) e que tem como objetivo alertar a sociedade civil e os três poderes nas esferas municipais, estaduais e federal, sobre a maior crise enfrentada pelas instituições. Em ato simbólico, no dia 19 de abril, as entidades hospitalares paulistas, assim como outras espalhadas por todo o Brasil, paralisarão, por 24 horas, todos os atendimentos eletivos, não urgentes, agendados, que serão reprogramados para novas datas com brevidade. Os serviços temporariamente paralisados serão consultas, cirurgias eletivas, oncologia e exames realizados através do SUS (Sistema Único de Saúde). Os pacientes de todos os hospitais estão sendo informados e os procedimentos reagendados.

É histórico o problema financeiro do setor filantrópico brasileiro, que se agravou ainda mais com a pandemia, fazendo com que a dívida já chegue a mais de R$ 20 bilhões.

“Das 1.824 unidades filantrópicas de saúde no Brasil, 409 estão no estado de São Paulo e são responsáveis por mais de 50% do atendimento de média complexidade e 70% da alta complexidade do SUS. As entidades filantrópicas trabalham sempre no vermelho, uma vez que os valores repassados pelo SUS estão defasados há quase duas décadas e, com a pandemia, o cenário piorou. Nossas Santas Casas e hospitais filantrópicos são a base do SUS, mas é preciso dar condições para que trabalhem ou, do contrário, fecharão as portas, como já ocorreu com algumas”, salienta o diretor-presidente da Fehosp, Edson Rogatti.

O déficit financeiro das entidades pode sofrer mais um impacto, caso proposta em tramitação na Câmara Federal seja aprovada sem indicação de fonte de financiamento. Trata-se do projeto de lei 2564/20, originário e aprovado no Senado, e que institui o piso salarial da enfermagem. O custo da proposta para os hospitais filantrópicos que prestam serviços ao SUS é estimado em R$ 6,3 bilhões, porém, no texto, não é indicado nenhuma alternativa de onde as instituições tirarão os recursos para arcarem com o compromisso.

“Quero deixar claro que o setor não é contra o projeto, os hospitais reconhecem o valor de todos os profissionais de saúde e se esforçam na busca por meios que possibilitem remunerações mais justas. Mas na situação em que nos encontramos, não temos condições de cumprir com o que pede a proposta”, explica.

A Fehosp tem contatado os deputados federais da bancada paulista para reforçar a necessidade de fonte de recursos que possam dar condições de os hospitais suportarem o impacto financeiro do projeto.

O movimento “CHEGA DE SILÊNCIO” requer a alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, em caráter de urgência, como única alternativa de assumir as obrigações trabalhistas decorrentes do projeto de lei 2564/20 e para estabilizar o equilíbrio financeiro no relacionamento com o SUS. Abaixo-assinado em apoio ao pleito está disponível no link chng.it/K2CKXPrChN.

Ato nesta terça-feira (19) marcará a mobilização pela Campanha Chega de Silêncio, em defesa do SUS e pela sobrevivência das instituições filantrópicas

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS) promove nesta terça-feira (19) um Ato de Mobilização em defesa do SUS e pela sobrevivência das instituições filantrópicas. A ação integra as atividades da campanha Chega de Silêncio, lançada na semana passada pela Confederação das Misericórdias do Brasil e que visa trazer à tona para a sociedade a crise que vem sendo enfrentada pela maior rede hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além de lideranças, dirigentes e colaboradores do setor filantrópico, até o momento confirmaram presença no Ato a secretária estadual da saúde, Arita Bergman, o vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, Mauro Sparta, secretário municipal da saúde, o presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira, o presidente da Câmara de Vereadores, Idenir Cecchin, Cláudia Araújo, presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, Carlos Sparta, presidente do Cremers, Gerson Junqueira, presidente da Amrigs, Leonardo Lamachia, presidente da OAB-RS e Milton Kempfer, presidente da FEESSERS.

O que: Ato de Mobilização em defesa do SUS e pela sobrevivência das instituições filantrópicas 

Quando: 19 de abril, 11h

Onde: Hospital da Criança Santo Antônio, entrada dos ambulatórios SUS – Rua Sarmento Leite, 77

Saiba mais: www.santacasa.org.br/chegadesilencio

Redação

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