Hospital de transição é opção de assistência integral para reabilitação após doenças agudas

Reabilitação intensiva contribui para o ganho de força muscular e recuperação da qualidade de vida de pacientes após quadros agudos

A pandemia da Covid-19 chamou atenção para a capacidade do sistema de saúde, mas essa não é uma preocupação restrita a um período de crise sanitária. De acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) em 2021, a taxa de pacientes residentes (internados por um período maior que 90 dias) aumentou em 2020, após um período de redução sucessiva entre 2017 e 2019. Ainda segundo a Anahp, o tempo médio de permanência no hospital cresce conforme a faixa etária do paciente. Enquanto, adultos entre 30 e 44 anos ficaram, em média, 2,79 dias internados em 2020, idosos acima de 75 ficaram 19,32 dias.

Com o envelhecimento da população brasileira – que já ultrapassou 30 milhões de idosos, segundo o IBGE – e as consequentes internações em decorrência de doenças crônicas, com mais prevalência nessa faixa etária, ganha força o conceito de unidades de transição que oferecem reabilitação e recuperação funcional, além de “desafogar” os hospitais gerais, que prestam assistência em casos de urgências e emergências, permitindo a liberação de leitos para atender pacientes agudos.

Muito utilizado na Europa, esse modelo, que não é restrito apenas para idosos, ainda é pouco conhecido no Brasil, apesar de cumprir papel importante na redução do custo de serviços de saúde, na diminuição das reinternações causadas por complicações e aumento da qualidade de vida de pacientes e seus familiares, de acordo com especialistas brasileiros. Mas o que seria um hospital de transição? Essa unidade oferece assistência interdisciplinar especializada para pacientes em processo de recuperação, ou seja, beneficia quem já está com o quadro clínico estável, mas ainda necessita de assistência antes de receber alta para voltar para casa.

“Após tratamento de um evento agudo, em ambiente hospitalar, um percentual significativo de pacientes apresenta perda de funcionalidade importante e, embora estáveis, ainda necessitam de cuidados multidisciplinares e complexos. Esses pacientes podem ser atendidos em um hospital de transição, como a Clínica Florence, para um plano de cuidados voltado a reabilitação. Este atendimento proporciona uma alta hospitalar precoce, uma reabilitação intensiva e posterior retorno ao domicílio, sem rupturas”, explica o cardiologista Lucas Andrade, diretor executivo e idealizador da Clínica Florence, em Salvador, primeira clínica de transição de cuidados do Norte/Nordeste, especializada no atendimento a pacientes em reabilitação e em cuidados paliativos.

Esse modelo de unidade de saúde pode ser indicado para quem necessita de reabilitação após ter uma importante perda da sua funcionalidade por conta de uma doença aguda, como Covid ou sepse, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), realizar uma cirurgia ortopédica ou ter sequelas em consequência de uma internação prolongada. “O hospital de transição funciona como uma ‘ponte’ para o domicílio, onde o foco é na recuperação de funcionalidades ou redução da complexidade do cuidado, definição do plano de cuidados futuro e capacitação dos familiares para continuidade da assistência após a alta”, complementa Andrade.

Assistência integral – Essas unidades contam com equipes médicas e multiprofissionais treinadas, incluindo nutricionistas, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, farmacêutico e assistente social, além de médicos especializados em Cuidados Paliativos, Terapia Intensiva, Geriatria ou Clínica Médica. Com estrutura para oferecer assistência integral 24 horas, sete dias por semana, esses hospitais não possuem emergência ou pronto-socorro.

É possível oferecer mais flexibilidade para os pacientes e seus familiares. “Construímos o plano de cuidados e de alta junto com o paciente e sua família, compartilhando as decisões, valorizando crenças, sentimentos e preferências individuais. Também há mais flexibilidade nas visitas, que são 24h, e circulação em área verde, facilitando a interação do paciente e visitantes, criando um ambiente de acolhimento e de bem-estar, o que contribui para sua recuperação e qualidade de vida”, explica João Gabriel Ramos, gerente médico da Clínica Florence, citando que é possível a visita de crianças e animais domésticos, por exemplo.

Redação

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