Nesta quarta-feira, 29 de setembro, é comemorado o Dia Mundial do Coração. Mas para uma família, a celebração começou uma semana antes. É que no dia 22 de setembro foi realizado, de forma inédita no Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga (MG), administrado pela Fundação São Francisco Xavier, um Implante Percutâneo de Válvula Aórtica (TAVI). A paciente, Nirce de Almeida Campos, de 88 anos, apresentava um quadro de estreitamento da válvula de saída do coração (aorta) e passou pelo procedimento.
Atualmente, o implante está restrito a pacientes que, pela idade avançada (acima de 65 anos) e comorbidades associadas, tenham contraindicação ou risco elevado para o tratamento cirúrgico convencional. Nesse grupo, a abordagem por cateter tem elevada chance de sucesso.
O cardiologista responsável pelo implante, Dr. Pedro Paulo Neves de Castro, explica que o procedimento é minimamente invasivo e permite a correção em uma redução no diâmetro da válvula aórtica. “Antes, era necessária uma cirurgia de peito aberto, extremamente invasiva. Essa nova válvula permite reestabelecer volumes normais de passagem do fluxo de sangue do ventrículo esquerdo para a aorta, normalizando o fornecimento de oxigênio para os diferentes órgãos do corpo humano”, explicou.
Como funciona o procedimento
Após definido o diagnóstico pelo tratamento percutâneo, o paciente deverá passar por avaliação com médico hemodinamicista para que seja avaliado a viabilidade da intervenção e inicie o protocolo para solicitação do procedimento, que consiste em colocar uma prótese no anel valvar aórtico.
O implante percutâneo da prótese é realizado por punções na virilha. A prótese é guiada por um cateter através da aorta, sob visão de radioscopia e ecocardiografia, até ser posicionada no anel aórtico. Ela vem compactada em um dispositivo que libera a prótese e, uma vez posicionada, confirma-se sua localização com a ecocardiografia e pequenas injeções de contraste. Em seguida, retira-se o cateter, terminando a intervenção.
Após o implante, o local onde foi feita a punção é comprimido por aproximadamente dez minutos e uma faixa é colocada ao redor de toda a perna, na altura da virilha, para evitar que o paciente tenha sangramento pelo local da punção. A faixa deve ser utilizada por até 24 horas após o procedimento.
Cuidados pós-cirúrgicos
Após a alta hospitalar é importante o acompanhamento do paciente pelo médico assistente em caráter ambulatorial. Além disso, o paciente recebe orientações no momento da alta, como tempo de repouso, medicações e cuidados que deverão ser observadas para uma boa evolução clínica.