Com o objetivo de oferecer maior segurança no atendimento aos pacientes, o Hospital Santa Helena (HSH), de Goiânia (GO), acaba de implantar um “Protocolo para Tratamento e Diagnóstico da Dor Torácica”. As diretrizes do novo protocolo, apresentado na quinta-feira (8) durante um evento realizado no Restaurante Árabe, serão seguidas por médicos do pronto-socorro, Unidade de Terapia Intensiva, cardiologia e hemodinâmica do HSH a fim de agilizar e aperfeiçoar a assistência a pacientes com dor torácica, um dos problemas mais comuns na clínica médica em todo o mundo e uma das causas mais prevalentes de internação, respondendo por cerca de 5% a 10% dos atendimentos em emergências nas unidades de saúde.
A palestra de apresentação do protocolo foi aberta pelo diretor clínico do Hospital Santa Helena, Arnaldo Lemos Porto. Ele explicou que a iniciativa de implantar o novo protocolo visa melhorar o atendimento ao paciente. “O que estamos buscando é aperfeiçoar o atendimento à dor torácica, visto que são em média 5 milhões de pessoas por ano que chegam aos prontos-socorros com queixa deste problema”, comentou. Os procedimentos previstos pelo protocolo, segundo Arnaldo Porto, são padronizados desde o acolhimento do paciente até o encaminhamento para os primeiros exames de sustentação ao diagnóstico.
O diretor clínico do HSH destacou que em hospitais com protocolos bem estruturados aumentam a qualidade do atendimento aos pacientes e ao mesmo tempo reduzem drasticamente as possibilidades de erros, como liberar pacientes com risco de morrer. “O protocolo será gerenciável e todos os dados mensurados para que no futuro possamos publicar os resultados, além de nos auxiliar para que no dia a dia consigamos avaliar a qualidade e aperfeiçoar cada vez mais os serviços prestados”, pontuou.
O cardiologista Flávio Borges de Oliveira palestrou na segunda parte da apresentação do protocolo. Ele ressaltou a importância de se estabelecer diretrizes comuns aos tratamentos no hospital a serem seguidas pelos médicos. “A primeira avaliação do paciente no pronto-socorro é fundamental para o sucesso do tratamento, por isso padronizamos esta avaliação desde a coleta de dados até a análise das informações coletadas”, salientou. Ele apresentou os critérios de classificação de risco previstos pelo novo Protocolo de Dor Torácica e elogiou o grau de excelência do Hospital Santa Helena no atendimento em cardiologia. “Nós somos um hospital terciário, de alta complexidade, mas com vocação para a cardiologia”, acrescentou.
A terceira palestra da apresentação do novo documento foi comandada pelo coordenador da clínica médica do hospital, Humberto Graner Moreira, médico cardiologista e intensivista. Ele afirmou que o protocolo pretende alinhar os procedimentos feitos por todos os profissionais envolvidos no atendimento ao paciente. “Seguir o protocolo eleva o nível de excelência do hospital e garante que o atendimento seguirá as mesmas regras, seja num sábado à noite ou em horário comercial”, disse.
Humberto Graner esclareceu que um dos desafios do protocolo é reduzir o tempo de permanência do paciente no hospital, seja na internação ou no pronto-socorro. Outro diferencial do novo protocolo, segundo ele, é a utilização da ferramenta Heart Score. “É um recurso atual, seguro e que auxilia o profissional durante a avaliação clínica para direcionar o fluxo do paciente”, argumentou. Ele ainda elencou outra ferramenta importante para auxiliar os médicos no diagnóstico de dor torácica e disponível no HSH: o exame de medição da troponina. “O resultado do exame de troponina sai em até 15 minutos, permitindo assim uma avaliação com segurança ainda na primeira hora do atendimento”, afirmou. O médico esclareceu que a presença da troponina indica que células cardíacas estão morrendo e a ocorrência de infarto.
Sinergia
O médico Paulo César da Silveira Filho, do HSH, enalteceu a iniciativa da direção do hospital em implantar o Protocolo de Dor Torácica e defendeu que as novas diretrizes irão definir o fluxo do paciente na unidade. “Acredito que há uma grande sinergia entre os profissionais e juntos vamos trabalhar para reduzir possibilidades de falhas, como altas indevidas”, observou.
Ele acredita que o protocolo irá trazer bons resultados para o HSH e que um dos diferenciais do hospital é o bom relacionamento entre os médicos que mantêm sempre uma comunicação aberta e colaborativa. “Vamos auditar os prontuários da entrada à saída do paciente, sempre buscando melhorar a qualidade do atendimento”, disse. O médico lembrou que o HSH é um dos hospitais pioneiros no Estado e no país a adotarem o Heart Score. “Estamos oferecendo algo novo ao paciente, aquilo que os melhores do mundo oferecem em tratamento de dor torácica”, finalizou.