No dia 27 de setembro é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. E para marcar o Setembro Verde, o Hospital São Vicente de Curitiba (PR) fará algumas ações conscientizando a população sobre a importância da doação e transplante de órgãos. Desde o início do serviço até julho de 2019, o hospital realizou 307 transplantes renais e 430 transplantes hepáticos.
Para abordar o tema no cotidiano das pessoas, no dia 25 de setembro, das 9h às 11h, no Parque Barigui, e, no dia 27, das 9h às 11h e das 15h às 17h, no Auto Posto Vicente Machado, serão distribuídas senhas. Quem passar pelo local receberá uma senha com o número 1.174 ou 133, que representam a lista de espera para transplantes de rim e fígado, respectivamente, segundo o Sistema Estadual de Transplantes do Paraná
Além disso, no dia 26 de setembro, às 16h30, o auditório do Hospital São Vicente receberá o bate-papo “Mitos e verdades: Doação de órgãos e transplante”, com participação da Dra. Luciana Soares Percegona, chefe do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal do Hospital São Vicente. A palestra é gratuita e aberta à população.
Atualmente, pela Legislação Brasileira, quem pode autorizar a doação de órgãos em caso de morte encefálica é família. E para que possam tomar a decisão, é importante que o assunto seja discutido em vida, com a presença dos familiares.
RINS – Segundo a nefrologista Luciana Soares Percegona, chefe do Serviço de Nefrologia e Transplante Renal do Hospital São Vicente, as principais causas de insuficiência renal são o diabetes e a hipertensão quando não controlados adequadamente. “A partir do momento que a função renal começa a diminuir em níveis abaixo de 20% de filtração temos que pensar em transplantar. Por lei, um paciente só poderá ser inscrito para o transplante renal se sua taxa de filtração renal estiver abaixo de 15% ou se ele estiver em diálise”, explica.
Vale lembrar que inicialmente a doença renal é assintomática. Mas alguns sinais devem alertar para o problema: nictúria (levantar várias vezes à noite para urinar), edema (acordar com olho inchado, edema de membro inferior), urina espumosa ou com sangue. Nas formas avançadas há sintomas de fraqueza, dores nas pernas, náuseas e vômitos e perda de apetite. Para ajudar no diagnóstico precoce, alguns exames de rotina podem ser feitos, como aferir a pressão arterial, creatinina (dosada no sangue), exame de urina e ecografia das vias urinárias. O transplante de rim é realizado apenas quando há falência total de ambos os rins, já que um deles apenas é capaz de manter a filtração adequada do sangue.
FÍGADO – As principais funções do fígado estão ligadas ao metabolismo de toxinas, produção de proteínas, produção de colesterol, bile e fatores de coagulação do sangue, além do armazenamento de glicose, ferro, vitaminas, etc. Além disso, o fígado atua na metabolização de medicamentos, destruição de células do sangue para renovação e possui função imunológica, ajudando nas defesas do organismo.
As causas mais comuns de cirrose hepática são: Hepatites virais B e C, consumo frequente de álcool, Doença Hepática Gordurosa (acúmulo de gordura no fígado), e tumores primários do fígado (Hepatocarcinoma). “Outras causas mais raras também podem levar à necessidade de transplante. É o caso das hepatites auto imunes, doenças vasculares com trombose, doenças obstrutivas dos canais biliares e doenças do metabolismo que causam acúmulo de substâncias tóxicas no órgão, como ferro e cobre. Além disso, existem os casos de Hepatite Fulminante, em que acontece uma perda completa e irreversível da função do órgão de uma forma aguda, em dias a semanas”, explica Dr. Nertan Luiz Tefilli, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital São Vicente. As Hepatites B e C e o consumo de álcool respondem por aproximadamente 65% dos casos.
Vale alertar que os sintomas normalmente aparecem quando a doença já está avançada, com a falência hepática já instalada. “Os principais sintomas da cirrose hepática são a icterícia (coloração amarelada da pele, urina escura), ascite (acúmulo de líquido intra-abdominal) e encefalopatia hepática (sonolência, esquecimento, desorientação excessiva). A doença ainda pode se manifestar por meio de sangramentos, sejam esses de pele e mucosa ou digestivo (vômitos e diarreia com sangue)”, complementa Dr. Nertan.