Dentro do setembro verde, mês de incentivo à doação de órgãos e tecidos para Transplantes, o que envolve também a campanha para a doação de medula óssea, o IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, de São Paulo (SP), comemora a marca de 500 transplantes realizados desde que o hospital inaugurou sua ala de Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH), em 2009.
Com capacidade total para 50 leitos a Unidade é uma das maiores do país em número de leitos e apresenta diferenciais importantes para a realização de transplantes, tais como: quartos autorreversíveis em UTI que evitam a transferência do paciente para uma UTI geral e sua exposição a outros pacientes. É uma Unidade totalmente isolada das demais áreas do Hospital e todos os apartamentos possuem filtro de ar com pressão positiva, pensando na segurança do paciente e minimizando os riscos de infecção hospitalar . O IBCC tem perspectiva de realizar até 100 transplantes de medula óssea por ano.
Este ano a Unidade passou por ampliação e importante reforma e todo o projeto foi elaborado em conjunto com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, manutenção, hotelaria e arquitetura pensado no bem-estar do paciente. São quartos alegres, funcionais, com tecnologia e o que há de mais moderno em design.
A iluminação de led em todo o setor traz mais aconchego, sustentabilidade e economia em energia elétrica. Os pacientes podem ser acompanhados por médicos 24 horas através de monitoramento por câmeras. O chuveiro de banho e a ducha higiênica foram desenvolvidos pelo fabricante especialmente para o IBCC com material liso de fácil higienização que impede o acúmulo de sujeiras reduzindo os riscos de infecções.
Avanços na especialidade
Mais de 80 doenças tem indicações de realização de transplante de medula óssea para tratamento e os avanços mais importantes vêm sendo relacionados ao suporte às infecções e esquemas quimioterápicos ajustados à idade e condições clínicas dos pacientes. O grande obstáculo para realização de TMO alogênico era que apenas 30% dos pacientes possuíam doadores compatíveis e podiam se beneficiar deste tratamento. Nos últimos anos a maior contribuição para o aumento destes procedimentos, foi o desenvolvimento da técnica do transplante aparentado com doador parcialmente compatível, o transplante haploidêntico.
“O Transplante é, cada vez mais, uma alternativa para o tratamento de várias doenças hematológicas, oncológicas e imunológicas. A escolha pelo tipo de transplante depende da doença a ser combatida, assim, há casos em que o TMO autólogo é adequado, mas há outros em que só há a opção de se utilizar a medula saudável de um doador, principalmente nos casos de leucemia”, explica o coordenador da Unidade de TCTH do IBCC, Dr. Roberto Luiz da Silva.
Outros avanços vêm ocorrendo, tais como o controle da recidiva das doenças após o tratamento. Isto vem sendo realizado com a Imunomodulação e uso de novas drogas. “O transplante de medula óssea continua sendo tratamento de alta complexidade, que impacta fortemente na qualidade de vida do paciente. A atuação da equipe médica e multidisciplinar trabalhando conjuntamente é fundamental para o restabelecimento físico e psicológico, favorecendo a recuperação da autoestima e plena reintegração do paciente no âmbito social”, complementa a Dra. Maria Cristina Macedo, coordenadora técnica da TCTH do IBCC.