Implicações da gravidez na adolescência são tema de debate entre especialistas no Hospital Moinhos de Vento

Foto: Diego Santos Madia

A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública no Brasil – pode gerar consequências emocionais, como depressão e ansiedade. A constatação é unânime entre especialistas que integram o Projeto Adolescentes Mães, liderado pelo Hospital Moinhos de Vento, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com o Ministério da Saúde, e debatido nesta quinta-feira (20), durante o evento Conexão Proadi.

Com a proposta de avaliar adolescentes mães (entre 10 e 20 anos incompletos) e seus filhos, o projeto já coletou 86% dos dados previstos, sendo desenvolvido nas cinco regiões do País. Entre os resultados preliminares, que envolvem uma base de 428 jovens, foi possível verificar que 86% delas são solteiras, 46% estão desempregadas e 79% não estão estudando.

Além disso, 22% possuem diagnóstico de depressão e ansiedade e 58% não estão tratando os problemas emocionais por falta de oportunidade. Os dados foram apresentados pela pesquisadora Daniela Dal Forno Kinalski, que destacou que, em média, as mães adolescentes tiveram a primeira relação sexual aos 14 anos, engravidando aos 15. Além disso, 20% delas engravidaram mais de uma vez.

O médico líder do projeto, Tiago Dalcin, reforçou que a gestação na adolescência é um tema muito importante em termos de saúde pública no Brasil – mesmo que, nas últimas décadas, o número de meninas entre 10 e 19 anos incompletos que se tornaram mães tenha diminuído. “Em comparação com outros países, esse número ainda é elevado. É uma questão que tem impacto na saúde da mãe e na do bebê, incluindo um risco de parto prematuro e de complicações para a mãe e a criança”, observa o especialista.

Segundo ele, ao fazer uma pesquisa nessa linha, é possível avaliar melhor a questão, além de identificar oportunidades de intervenção. “Ao final da coleta dos dados, será possível ter um melhor panorama de como está a saúde dessas mães adolescentes no comparativo com mães adultas jovens (entre 20 e 30 anos incompletos)”, acrescentou Dalcin.

Estudo

O objetivo do estudo é avaliar e comparar o perfil e o impacto biopsicossocial dessas jovens em relação a mães adultas (entre 20 e 30 anos incompletos), com enfoque maior nos casos de ansiedade e depressão. O projeto também desenvolve vídeos, podcast e cartilha sobre educação abrangente em sexualidade com enfoque educacional para o público adolescente e interessados no tema.

Presenças

Também participaram do debate o responsável técnico pelo estudo, Sérgio Luis Amantea, o consultor técnico, Thiago Rocha, e, por vídeo, a coordenadora de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente do Ministério da Saúde, Sonia Venancio, e a assessora técnica do ministério, Mariana Russo Voydeville Damasceno.

Redação

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