Importância da rastreabilidade de medicamentos é discutida em evento

Debate recorrente há mais de 10 anos no setor de saúde brasileiro, a rastreabilidade de medicamentos avançou nos últimos tempos e muitas instituições têm se movimentado para implementar equipamentos e a cultura de melhoria em qualidade e segurança de seus insumos.

Pensando nisso, a Anahp convidou especialistas de diversas áreas para participarem do workshop “Rastreabilidade de medicamentos: desafios e impactos para a cadeia da saúde”. O evento aconteceu na última quinta-feira (19) no auditório do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, e apresentou discussões sobre todo o percurso dos medicamentos, desde a fabricação até o consumo pelo paciente para mais de 200 pessoas presentes.

Cristiano Gregis, assessor da Gerência-Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária (GGMON) da Anvisa, iniciou as palestras contando sobre a necessidade da criação de uma agência reguladora perante os casos polêmicos de falsificação de medicamentos nos anos 90. Gregis falou ainda sobre a importância do controle de produtos irregulares: “drogarias e farmacêuticas têm a obrigação de reportar todo e qualquer roubo, furto ou extravio, para a Anvisa. Uma vez que o lote sai do ambiente controlado, não podemos considerá-lo seguro para consumo”, explicou.

Partindo para o ambiente intra-hospitalar, Nilson Malta, gerente de automação hospitalar do Hospital Israelita Albert Einstein, alertou para o controle do que é ministrado para o paciente. “É necessário o rastreamento de cada unidade de consumo dentro do hospital, fator que não está abrangido na lei vigente, por isso meu conselho é que nós estimulemos os fornecedores para que continuem marcando a unidade primária”, disse.

Outro ponto abordado foi o fato de que alguns países que iniciaram a discussão depois que o Brasil já implementaram seus modelos de rastreabilidade. Segundo Marcelo Sá, assessor de Desenvolvimento Setorial do GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação, isso se deve porque “as demandas e necessidades variam muito entre os países, o que justifica a diferença de timing“. Apesar da pauta ter caminhado com certa lentidão nos últimos 10 anos, Sá se mostrou otimista e disse que “se o Brasil executar o modelo da forma que está sendo proposto, será o maior movimento de rastreabilidade de medicamentos do mundo”.

Para que esse processo ocorra com êxito, a logística é indispensável. Recepção de mercadorias, movimentação interna, expedição, transporte e pontos críticos, foram alguns dos vieses abordados por Leonardo Cesconetto, gerente de TI da GAM Distribuidora.

O evento foi finalizado com a apresentação de Vidal Zapparoli, pesquisador do Grupo de Automação Elétrica em Sistemas Industriais (GAESI) e da Poli-USP, sobre a fase experimental da rastreabilidade. Zapparoli ilustrou o projeto piloto, mostrou seu progresso e destacou os pontos de atenção e positivos que foram essenciais para chegarmos ao atual momento da rastreabilidade no Brasil.

Redação

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