O medo e a ansiedade prolongados causados por grandes estressores, como a pandemia do Coronavírus, podem não apenas prejudicar a saúde mental de uma pessoa, mas também ter um impacto na sua coluna vertebral. Segundo levantamento do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC) realizado em suas 76 clínicas espalhadas pelo Brasil, as dores no centro da coluna e lombar cresceram 157%. O número leva em consideração o comparativo do primeiro semestre de 2021 e de 2020 com o primeiro semestre de 2019 (ano anterior a pandemia).
Os dados mostram ainda que no primeiro semestre de 2019, a rede ITC realizou 49 mil atendimentos, enquanto que no mesmo período de 2020 houve uma ligeira queda de 13%, devido ao lockdown de quatro meses das clínicas, indo de 49 mil para 42 mil atendimentos. Contudo, o destaque é na retomada de um vasto crescimento, de 97%, relativo ao primeiro semestre de 2021 comparado a primeiro semestre 2020, onde foram realizados 84 mil atendimentos em toda a rede.
Segundo o fisioterapeuta e gestor do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC), Helder Montenegro, estamos vivenciando um momento de grande estresse, ansiedade, ou seja, o fator psicológico pode ser um agravante de muitas dores. “A pandemia trouxe problemas como estresse, aumento de peso e falta de atividade física, fatores que contribuem para um enfraquecimento muscular. Além disso, as pessoas trabalharam por muito tempo no sistema home office com postura e equipamentos inadequados, com sobrecarga do ambiente doméstico. Tudo isso acarreta lesões no disco proporcionando dores na lombar, o que pode justificar o nosso grande crescimento em 2021”, informou Montenegro.
A pandemia trouxe um desgaste emocional e físico muito grande para todos, sem contar os pacientes que efetivamente tiveram Covid-19, doença que muitas vezes deixa um legado de dores nas articulações e perda de massa muscular. Nas 76 clínicas do Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC) espalhadas pelo Brasil, a rede percebeu em seu levantamento, concidentemente, que os estados que aumentaram em mais de 100% o número de seus atendimentos fisioterapêuticos, foram os classificados com o maior número de infectados pelo vírus. São eles Pernambuco, Sergipe, Piauí, Tocantins, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraná, Rio Grande do Sul, entre outros.