Em seu segundo dia, a 27ª Hospitalar contou com a participação do executivo norte-americano Christopher Coburn, diretor de inovação do Mass General Brigham, a maior empresa de pesquisa acadêmica dos Estados Unidos. Trata-se de um sistema integrado de saúde formado por afiliadas da Universidade de Harvard Brigham e outros hospitais. Sua palestra sobre inovação em tempos de transformação abriu o Congresso Internacional de Serviços da Saúde (CISS) e o Congresso HIMSS@Hospitalar, que envolve os diferentes temas sobre tecnologia digital em saúde.
O executivo entende que um dos grandes legados da pandemia foi a implementação e aceleração de projetos de digitais na saúde em todo o mundo. Além da popularização da telemedicina, o diretor da Mass General Brigham afirmou que o número de dispositivos vestíveis, os wearables, vem crescendo e se diversificando. “Pode ser um adesivo para monitorar a condição médica ou mesmo a pulseira, um relógio ou um aplicativo de celular”, lembrou. Além de ser tornar cada vez mais populares, esses aparelhos estão sendo personalizados de acordo com a necessidade do paciente.
Christopher Coburn acredita que as tendências no setor de saúde caminham para a personalização da medicina. Os dados oriundos de exames ou mesmo de dispositivos vestíveis podem fornecer informações específicas sobre um paciente. E essas informações certamente serão muito úteis para o médico fazer o diagnóstico e prescrever o tratamento do paciente.
Para o executivo, a tecnologia não vai prejudicar a relação médico-paciente, mas contribuir para que essas interações sejam mais eficientes e frequentes. “Se o paciente costuma fazer uma consulta uma vez por ano, com o uso da tecnologia poderá interagir com seu médico até uma vez por dia, dependendo de sua necessidade”, explicou.
Por outro lado, ele pensa que o aumento do emprego da tecnologia na Medicina vai demandar que as Faculdades de Medicina preparem seus alunos para atuar neste novo universo. Muitos médicos, principalmente os jovens, já estão-se adaptando à nova realidade. “É uma questão de expansão de habilidades”, afirma. Por isso, ele acredita na importância da educação continuada do profissional.
Inovação
Christopher Coburn está à frente do setor de inovação Mass General Brigham, que faz a aplicação comercial mundial das capacidades e descobertas exclusivas, resultando em uma receita de US$ 160 milhões por ano. No dia 18 de maio, ele vai falará sobre inovação em tempos de transformação, dentro da programação da Hospitalar, o mais importante evento de saúde e principal plataforma de geração de negócios e networking do setor na América Latina.
Paralelamente à pesquisa acadêmica, o Mass General Brigham tem uma organização de cuidados gerenciados, instalações ambulatoriais e hospitais comunitários. Com mais de US$ 16 bilhões em receita anual, realiza 1,5 milhão de consultas médicas e investe mais de US$ 2 bilhões em pesquisas por ano. Seus 6,2 mil professores são nomeados na Harvard Medical School.
As atividades da área dirigida por Coburn incluem investimentos, criação de empresas, gerenciamento de inovação, colaborações do setor e licenciamento. Na última década, mais de 300 empresas foram desmembradas do Mass General Brigham. O setor colaborou com muitas empresas, principalmente nas áreas de inteligência artificial e desenvolvimento de medicamentos. Seu grupo também administra um fundo de risco de quase US$ 500 milhões.
