Maior hospital exclusivamente pediátrico do país chega à marca de 50 transplantes de fígado

Foto: Camila Hampf/Hospital Pequeno Príncipe

Diagnosticado com trombose no fígado ao nascer, João Rafael, de 1 ano e 11 meses, seguia uma vida normal, mas há quatro meses teve uma hemorragia grave. Imediatamente, o menino entrou na lista de espera por um transplante – e, em julho, a notícia tão aguardada pela família chegou: ele iria receber o órgão. Com o transplante de fígado do João, o Hospital Pequeno Príncipe chegou à marca de 50 cirurgias, número alcançado em dois anos e meio.

Desde a retomada do procedimento pelo maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, foram feitas 14 cirurgias em 2020, 24 em 2021 e 12 neste ano. “Somos um dos poucos serviços do país que faz esse tipo de procedimento, especialmente em crianças de porte menor, de até dez quilos, e a única instituição do Paraná que realiza a cirurgia em menores de 10 anos”, detalha o cirurgião de transplantes José Sampaio Neto.

Uma criança não precisa necessariamente receber o órgão de outra, basta um pedaço de um fígado adulto para o transplante ser realizado. E ele pode chegar de duas formas: alguém da família que seja compatível ou um adulto com o diagnóstico de morte cerebral. Do total, apenas cinco meninos e meninas tiveram crianças como doadores. João Rafael foi um deles.

Para Jéssica Priscila, mãe do João, o momento foi de muita gratidão e esperança. “Não tenho palavras para agradecer, porque se hoje ele está bem é graças a essa família. Eu gostaria que muitas pessoas tivessem a consciência da importância da doação de órgãos e de doar sangue, porque esse ato de amor ao próximo salva vidas”, frisa.

Retomada do transplante de fígado

O transplante hepático na instituição foi retomado em janeiro de 2020, após uma reestruturação no serviço. A equipe passou por uma importante atualização, com treinamento com o cirurgião Rodrigo Vianna, diretor do Miami Transplant Institute (MTI), maior hospital de transplantes dos Estados Unidos, além de atualizações no Hospital Sírio-Libanês.

Segundo Sampaio, o recomeço é importante porque em alguns casos não existe outra opção, a não ser o transplante. São crianças e adolescentes com anomalias congênitas, cirrose, tumores, entre outros. Desde a retomada, a instituição se consolidou no serviço em crianças com menos de dez quilos. A taxa de sobrevida é de 90%.

Serviço de Transplante Hepático

O Serviço de Transplante Hepático do Hospital Pequeno Príncipe atende crianças e adolescentes – com prioridade para meninos e meninas menores de 10 anos – e é formado por 22 profissionais, entre cirurgiões, hepatologistas, anestesistas, intensivistas, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Todos os casos são discutidos pelo grupo antes da indicação cirúrgica.

Redação

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