Entender as demandas de saúde de pacientes idosos não é mais uma função exclusiva dos geriatras. Com o envelhecimento da população brasileira, outras especialidades médicas precisam se adaptar à nova realidade. “Hoje, com a óbvia exceção da obstetrícia e da pediatria, todas as outras áreas atendem pacientes idosos. Mas não basta fazer, é preciso prestar assistência com excelência e de forma integrada”, explica o geriatra e coordenador da sala de emergência do pronto-atendimento do Hospital Santa Cruz, de Curitiba (PR), Dr. Carlos Sperandio.
Devido às comorbidades, à fisiologia própria e ao uso contínuo de polifarmácia, tornou-se comum o surgimento de quadros clínicos nem sempre característicos – o que acaba dificultando a construção de um diagnóstico preciso. “O geriatra tem a visão macro do paciente e suas peculiaridades. Com isso, há possibilidade de suporte às demais especialidades, como por exemplo a ortopedia e a neurocirurgia, vislumbrando o planejamento terapêutico de maior segurança assistencial possível”, argumenta.
Em sua opinião, não só os médicos, mas os hospitais e planos de saúde também têm de fazer parte desse processo de integração. “Oferecer esse suporte geriátrico dentro de um hospital aumenta a segurança do paciente, identifica o correto diagnóstico em tempo otimizado e facilita o estabelecimento do prognóstico de cada caso”, pontua.
No sábado (9), Dr. Sperandio falou sobre o assunto durante o Curso de Atualização e Aperfeiçoamento em Geriatria e Gerontologia da Fundação de Apoio e Valorização do Idoso (FAVI). O curso, com duração de doze meses, coloca em pauta a situação atual e os cenários futuros da assistência geriátrica no Brasil e tem como público-alvo médicos e estudantes de medicina.
Informações: www.fb.com/FAVI.Idoso