Meditech 2018 movimenta mercado da saúde em Bogotá

Terceiro maior mercado de saúde da América Latina, a Colômbia possui um sistema de saúde que atende 96% da população e que está em ampliação, devido ao compromisso do governo de oferecer cobertura universal. Esse fato representa uma oportunidade para investimento estrangeiro em dispositivos médicos.

Foi nesse contexto que aconteceu, de 3 a 6 de julho, a sexta edição da Meditech – Feira Internacional de Saúde, em Bogotá, abrigando também a quinta edição da Odontotech. Considerado um dos mais importantes para o setor na América Latina, o evento recebeu mais de 10.000 visitantes profissionais, que tiveram a oportunidade de conhecer as inovações em tecnologias para o setor apresentadas por 300 expositores de países como Colômbia, Argentina, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Malásia, México, Rússia, Taiwan, Turquia e Uruguai. As expectativas de negócios são de mais de 2,8 milhões de dólares.

Juntamente com a feira, foram realizados o XIII Congresso Internacional de Hospitais e Clínicas, o 1º Simpósio de Soluções de Sucesso, o V Congresso Internacional Odontológico, o Grande Fórum da Saúde e várias palestras com especialistas nacionais e estrangeiros. O evento também reuniu cerca de 10 hospitais, como Fundación Santa Fe, Fundación Clínica Shaio, Hospital Universitario San Ignacio, Clínica Partenón, Hospital Infantil Los Ángeles de Pasto, Instituto Nacional de Cancerología e IPS Radiología Digital.

Pela primeira vez, a Meditech contou com o CEATH – Centro Especializado em Alta Tecnologia Hospitalar, que apresentou salas de diagnóstico, cirurgia e recuperação equipados com aparelhos de alta tecnologia para melhorar o atendimento ao paciente.

“Esta feira não foi como a de anos atrás. Desta vez tivemos mais experiências e novos expositores internacionais”, declarou Juan Carlos Giraldo, diretor da ACHC – Associação Colombiana de Hospitais e Clínicas, organizadora da feira, juntamente com o Corferias – Centro Internacional de Negócios e Exposições.

A grande novidade foi a assinatura de uma aliança estratégica com a Messe Düsseldorf para realizar a feira em conjunto, ampliando a participação do mercado internacional e, consequentemente, a presença de inovações e tecnologias voltadas à indústria médica.

Tom Mitchell, presidente da Messe Düsseldorf na América do Norte, revelou a satisfação pela aliança firmada. “A Messe Düsseldorf é uma das maiores organizadoras de feiras do mundo e conquistamos esse posto porque formamos parcerias. A Colômbia é um parceiro muito importante para os nossos clientes e faltava alcançar esse mercado. Queremos nos concentrar ativamente na América do Sul”, ressaltou.

A feira, que é bienal, terá sua próxima edição em 2020. Mais informações no site feriameditech.com.

Presença brasileira

Adilson Furlan de Mendonça (Publimed Editora), Alessandro Oliva (Traumec), Karina Yamamoto (ABIMO) e Everton Silva (Samtronic) participaram do evento

A ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios participou pela primeira vez da Meditech com o objetivo principal de conhecer o mercado local e a feira, bem como ampliar as chances de exportação da indústria nacional. A Colômbia é o sexto país no ranking de importadores de produtos brasileiros. Em 2017, importou US$ 28,7 milhões, registrando crescimento de 2% no comparativo com 2016.

Duas empresas associadas estiveram presentes no estande institucional promovido pela entidade: Samtronic e Traumec. Outras associadas tiveram estandes individuais. Segundo as empresas presentes, há grande interesse em um pavilhão brasileiro na próxima edição do evento.

“É uma feira plausível de vir em todas as edições. Quem não tem distribuidor, com certeza vai encontrar, e quem já tem, com certeza novas oportunidades se abrirão”,  comentou Alessandro Oliva, responsável pelas vendas internacionais da Traumec.

Segundo Karina Yamamoto, responsável pela ação e promoção comercial da ABIMO, o mercado colombiano está em ascensão há alguns anos. “Além disso, está geograficamente próximo ao Brasil e tem cultura similar, oferecendo espaço para as empresas que já exportam, independentemente de seu nível de maturidade.”

Durante os dias na Colômbia, foram feitas reuniões estratégicas com hospitais e entidades congêneres à ABIMO. No encontro com a ACHC, por exemplo, foi ressaltada pela diretora da associação, Doris Sarasty, a qualidade dos produtos brasileiros. Com a Fenin – Federación Española de Empresas de Tecnología Sanitaria foi discutida a possibilidade de um MoU (memorandum of understanding) com a ABIMO e ações a serem feitas em conjunto. “A ideia é trabalhar em parceria para ajudar as empresas brasileiras e espanholas que queiram se estabelecer em um dos dois países com informações de mercado”, explicou Karina.

Ela também se reuniu com uma empresa de matchmaking na Colômbia, que trouxe alguns contatos importantes para as empresas expositoras; com a Apex-Brasil Colômbia; e com as organizadoras do evento. “As reuniões foram importantes para entender melhor a situação atual do setor da saúde colombiano e as expectativas em relação às próximas edições do evento, que devem ter mais foco na divulgação internacional, especialmente com a entrada da Messe Düsseldorf”, contou.

Everton Silva, supervisor de exportação da Samtronic, gostou muito da facilitação de contatos feita pela ABIMO com a Associação Colombiana de Hospitais e com as mídias locais. “Agora temos de continuar o contato com eles para não perder as oportunidades”, completou.

No segundo semestre, a ABIMO continuará trabalhando o relacionamento com o mercado colombiano por meio de uma missão comercial que está sendo preparada para o início de outubro.

Mercado colombiano

A Colômbia é o terceiro maior mercado de dispositivos médicos da América Latina, depois do Brasil e do México, posição que manterá até 2022, segundo previsões da Bussines Monitor International.

Essa colocação deve-se ao dinamismo do setor no país, que apresentou taxas de crescimento médio anual de 18,5%, em moeda local, entre 2014 e 2017. O segmento é altamente dependente de importações, que representam 84% das vendas totais. Esta é uma das razões pelas quais a produção local planeja crescer, tornando mais competitiva, dadas as variações na taxa de câmbio.

A capital, Bogotá, representa mais de 75% das vendas. A cidade oferece vantagens para os produtores, aspecto que é evidenciado pela concentração de 50% de empresas manufatureiras do setor na capital.

Os gastos com saúde na Colômbia representam 7,7% do PIB do país. O governo contribui com 75% dos gastos, enquanto o setor privado representa os 25% restantes. Outros países da América Latina apresentam proporções diferentes, com média de 56% e 44%, referentes a gastos públicos e privados, respectivamente.

Vinte por cento do total de afiliados e instituições de saúde está localizado em Bogotá e região, seguido pelos departamentos de Antioquia e Valle, com aproximadamente 10% cada. Além disso, destaca-se a qualidade das suas instituições: 7 dos 44 melhores hospitais da América Latina estão na cidade.

Vale ressaltar que mais de 94% da população de Bogotá está dentro do sistema de saúde, dos quais 83% pertencem ao regime contributivo, 16% ao regime subsidiário e apenas 2% ao regime de exceção.

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www.investinbogota.org.

Matéria originalmente publicada na Revista Hospitais Brasil edição 92, de julho/agosto de 2018. Para vê-la no original, acesse: portalhospitaisbrasil.com.br/edicao-92-revista-hospitais-brasil

Redação

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