Menina de 5 anos com doença rara é o milésimo transplante hepático do Instituto da Criança e do Adolescente HCFMUSP

Rafael de Souza Reis (pai) e Alice Bresson Rei (filha)

Apenas cinco anos de idade, mas com uma luta de vida que entrará para a história do Instituto da Criança e do Adolescente – ICr HCFMUSP. No dia 19 de junho, a pequena Alice se tornou o milésimo transplante hepático do Serviço.

Portadora de cirrose por deficiência de alfa-1 antitripsina (distúrbio genético raro que impacta na produção, pelo fígado, de uma importante enzima com função protetora dos pulmões), desde novembro de 2022, quando a equipe definiu sobre a necessidade do transplante, Alice aguardava a liberação de um órgão para o procedimento de alta complexidade.

Sem a oferta do órgão a partir de um doador cadáver, após oito triagens fracassadas de compatibilidade entre seus familiares, o aval para a realização do transplante pela modalidade intervivos chegou a partir da generosidade de um amigo da família de longa data.

A legislação brasileira permite que cônjuges e parentes de até quarto grau sejam doadores. Para que pessoas não parentes possam se tornar doadores, é necessária uma autorização judicial. Para Alice e seu doador, o aval saiu no início da segunda semana de junho.

Procedimento de alta complexidade realizado integralmente pelo SUS, o transplante hepático intervivos da pequena Alice durou aproximada de 12 horas e envolveu uma equipe composta por quase 20 profissionais especializados.

Fundado em setembro de 1989, o serviço de Transplante Hepático Pediátrico do ICr HCFMUSP é referência na América Latina. Realizando o procedimento intervivos desde agosto de 1998, mesmo no momento de maior contenção imposta para o controle da pandemia da Covid-19, o serviço conseguiu manter uma média de realização de quatro procedimentos mensais. Em 2022, essa modalidade representou 90% do volume total de transplantes realizados pelo serviço.

Cerca de 20% dos transplantes realizados pela Instituto é motivado por insuficiência hepática aguda – quadro de desordem sistêmica em decorrência da falência aguda da função do fígado, em sua maioria, por causa indeterminada. Vale ressaltar que o fígado é o único órgão humano que consegue se regenerar, com capacidade de se refazer.

“Esperamos que a história da Alice sirva como um importante exemplo de superação a partir dos avanços conquistados pela Medicina em prol da vida, mas também como um agente de atenção e sensibilização para a importância da doação de órgãos”, afirma Profa. Dra. Ana Cristina Aoun Tannuri, chefe do Serviço do Serviço de Cirurgia Infantil e Transplante Hepático do ICr HCFMUSP.

“Afinal de contas, é a partir do sim de muitas famílias que pacientes pediátricos e adultos, sem mais recursos terapêuticos além do transplante, podem ter a esperança de sobreviver e continuar a escrever uma trajetória de novas conquistas”, finaliza.

Show “Mil Motivos Para Doar”

Promovido em benefício ao ICr HCFMUSP e com o objetivo de celebrar a marca histórica de 1.000 transplantes hepáticos, o show “Mil Motivos Para Doar” reunirá artistas populares brasileiro em apresentação no dia 30 de agosto, às 20h, no Centro de Convenções Rebouças, no bairro de Pinheiros, zona Oeste de São Paulo.

Com as presenças confirmadas de Pedro Mariano, Kiko Zambianchi, Kall Medrado, Wilson Simoninha, Silvio Britto, Sabrina Parlatore e Helô Pinheiro, a ação é organizada pela ZAZ Produções, Derico e Sérgio Sciotti. Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla. Informações em icr.usp.br/milmotivosparadoar.

Redação

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