Mutirão de escoliose para pacientes que aguardavam na fila do SUS é realizado no Hospital CRER

O Hospital CRER realizou entre 6 e 9 de dezembro o mutirão da escoliose que beneficiou cerca de 20 adolescentes portadores de escoliose idiopática que aguardavam por cirurgia na fila do SUS (Sistema Único de Saúde). Liderado pelo projeto “Mude a Curva”, do BSSG (Brazilian Spine Study Group), a ação foi criada por um grupo de médicos ortopedistas que se uniram para ajudar gratuitamente a sociedade em todo o país. Em Goiânia, o projeto foi realizado pelos médicos Murilo Tavares Daher, Rodrigo Amaral e Ricardo Acácio, ambos ortopedistas especializados em cirurgias na coluna.

O projeto “Mude a Curva”, nome que faz analogia à escoliose, deformidade da coluna vertebral, já beneficiou mais de 100 adolescentes em todo o país. De acordo com o Dr. Murilo Tavares Daher, a escoliose idiopática é uma deformidade tridimensional que eleva a rotação das vertebras e pode prejudicar outros órgãos além da coluna. A patologia acomete mais adolescentes em fase de crescimento e pode piorar a capacidade pulmonar, prejudicar o ganho de peso, trazer limitações físicas e outras consequências. Há também a escoliose neuromuscular ou as que aparecem junto com outras doenças. Esses casos são mais graves, pois as deformidades são mais intensas e o paciente perde a capacidade de sentar e até se higienizar, acarretando outros problemas, de acordo com os especialistas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 4% da população é acometida por essa doença no mundo. No Brasil, são 6 milhões de pessoas, especialmente adolescentes do sexo feminino. Ainda segundo o Dr. Murilo Tavares, a cirurgia da escoliose é a 2º mais realizada no campo pediátrico, perdendo apenas para as de apendicite. Porém, a maioria dos casos não demandam intervenção cirúrgica. O tratamento convencional é feito com o uso de coletes. Mas para que seja eficaz, o tratamento com o colete tem que ser realizado na fase de crescimento, antes de entrar na fase do estirão, que é quando o adolescente tem a estatura elevada em ritmo acelerado. “Se perdemos o tempo adequado do diagnóstico e do tratamento convencional, muitas vezes temos que operar uma criança que não precisaria ser operada se tivesse recebido o tratamento no momento correto.”, reforça o Dr. Murilo.

Uma outra preocupação provocada pela doença é o impacto social na vida do adolescente que fica com a autoestima abalada e, em alguns casos, algumas limitações físicas. Quando a deformidade é nítida, é comum que crianças e adolescentes acometidas pela doença usem roupas de frio em dias de calor para esconder a elevação. O problema também pode afetar no relacionamento com outras crianças e adolescentes por receio de bullying.

Além do apoio do Hospital CRER que cedeu a infraestrutura para a realização das cirurgias e do BSSG (Brazilian Spine Study Group), grupo de médicos que atua nacionalmente realizando as intervenções cirúrgicas nas crianças e adolescentes, a empresa americana Medtronic, líder em tecnologia na saúde, forneceu todos os dispositivos cirúrgicos necessários para que as cirurgias fossem realizadas com os equipamentos mais avançados da saúde. “Corremos para nos organizarmos logisticamente e entregar os equipamentos de última geração em cirurgias de coluna, em tempo hábil para a ação. É um projeto que tem total sinergia com o nosso propósito, então, não economizamos esforços para ceder os materiais cirúrgicos e fazer a nossa parte em prol de ampliar o acesso à saúde para a sociedade”, conclui Felipe Barreiro, vice-presidente da Medtronic no Brasil.

Redação

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