Mutirão de Gastro supera expectativas e atende 178 pacientes

Durante o mutirão, atendimentos individualizados nos consultórios médicos foram acompanhados por alunos da Faculdade de Medicina da Unoeste. Foto: Emerson Sanchez

Como parte das ações realizadas ao longo deste mês em apoio ao “Maio Roxo”, campanha nacional que é dedicada aos cuidados e a importância da prevenção em relação a doenças inflamatórias intestinais, a Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp/Unoeste), em parceria com a Liga de Gastroenterologia e Cirurgia e a Secretaria Municipal de Saúde, realizou em 27 de maio, no Ambulatório Médico “Professora Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima”, o “Mutirão de Gastro” que atendeu pacientes de várias regiões de Presidente Prudente. Os atendimentos superaram as expectativas da organização. No total, 178 pessoas, entre homens e mulheres de várias faixas etárias, foram atendidas por médicos especialistas da área. Durante os atendimentos, foram solicitados 80 exames laboratoriais e 77 exames de imagem para investigação, sendo 40 endoscopias e 37 colonoscopias.

Os atendimentos, oferecidos das 7h às 12h, foram realizados por quatro médicos, sendo três especialistas da área e um clínico geral. São eles, os doutores Vanderlei Gimenez (preceptor da Liga de Gastroenterologia e Cirurgia e professor da Famepp/Unoeste), Pedro Bauth, Eliane Rissato e Marina Bastos. O responsável pelo ambulatório, o enfermeiro Bruno Alexandre Soto, garantiu que o mutirão foi um sucesso, já que o número de atendimentos superou todas as expectativas iniciais. “A expectativa foi assustadora. Não estávamos imaginando chegar tanta gente, mas até as 9h já tinha passado de 100 atendimentos, que era o máximo que estávamos esperando atender”, explicou.

Procuraram pelo mutirão pacientes que normalmente sofrem com problemas gástricos (a exemplo de dor epigástrica) e intestinais, como alteração de ato intestinal (pacientes com diarreia, intestino preso e sangramento). A maioria são pacientes que já vinham apresentando queixas a longa data e que aguardavam na fila do Estado para passar por médicos especialistas. “Graças a Deus a Unoeste, juntamente com a Faculdade de Medicina, vem fazendo esses mutirões e ajudando na qualidade de vida da população, porque na medida em que eles passam pelo nosso atendimento aqui, e o médico detecta nessa triagem inicial algum problema de saúde na conversa com o paciente, ele procede para que comece o tratamento imediatamente com os especialistas do ambulatório que farão todo o acompanhamento”, completou Bruno Soto.

A aposentada Maria Helena Bezerra, de 74 anos, soube do mutirão por meio da rádio. Moradora de Prudente, ela conta que passou pelo mutirão porque há algum tempo já vem sofrendo com dores abdominais e problemas no intestino. “Eu vim aqui pra cuidar da minha saúde. Quero fazer o tratamento que tiver que fazer para essas dores diminuírem. Graças a Deus fui bem atendida por uma equipe generosa e bem educada, e o médico já me solicitou exames e passou uma receitinha pra eu tomar medicamento. Vou procurar fazer os exames que ele me pediu direitinho pra saber do meu problema e ter a esperança de que tudo vai ser resolvido”, contou.

O médico que atendeu a Dona Maria foi o Dr. Pedro Bauth, que falou da importância desse tipo de iniciativa para a saúde e o bem-estar da população. “As queixas gástricas intestinais são muito comum e prevalentes na população. A importância do mutirão está justamente em identificar essas queixas e encaminhar esses pacientes para realizar os exames necessários, uma vez que uma queixa aparentemente simples pode esconder doenças perigosas, como câncer de intestino, câncer de estômago, doença inflamatória intestinal. Então a importância do mutirão vem nesse sentido, da gente identificar a queixa dos pacientes e encaminhá-los para realização de exames e diagnósticos mais precoces”, explicou. Sobre o caso da Dona Maria, o médico confirmou que ela chegou no local com uma queixa de constipação intestinal. “A gente examinou ela, identificamos uma doença, prescrevemos o tratamento e solicitamos uma colonoscopia, que é um exame muito importante de triagem e rastreamento do câncer de intestino. E fica o alerta: mesmo pessoas que não estão sentindo nada, a partir dos 45 anos, tem que fazer uma colonoscopia como exame de prevenção mesmo. E como os pacientes trazendo essas queixas pra gente, esse exame se torna mais importante ainda”.

Quem também foi atendida no mutirão foi a dona de casa Rosemara Aparecida Rodrigues Ferreira, que há um mês vem sofrendo com dores constantes no estômago, além de azia e muita queimação. Ela foi atendida pelo Dr. Vanderlei Gimenez. Saiu do consultório satisfeita e com o pedido do exame de imagem (endoscopia) em mãos, para investigar o problema. “O atendimento foi excelente. Deveria ter mais, inclusive em outras áreas da saúde, pra ajudar a população. No meu caso, o Dr. pediu para eu suspender o uso de anti-inflamatórios. Como vou fazer isso não sei, mas vou ter que fazer porque ele falou que se eu não parar pode se tornar algo mais grave. Esse puxão de orelha pra mim foi um presente de Deus, assim como a solicitação do pedido da endoscopia que não vou precisar pagar, pois farei aqui no ambulatório. Enfim, eu fui muito bem atendida, só tenho a gradecer por tudo”.

A importância de aprender

Durante o Mutirão de Gastro, todas as consultas médicas foram acompanhadas por 18 alunos da Medicina que já estão nos termos mais avançados. Por isso, em cada consultório os médicos especialistas conduziam suas consultas orientando além dos pacientes, os acadêmicos também. Para o médico preceptor da Liga de Gastroenterologia e Cirurgia da Famepp/Unoeste, ações assim ajudam a explicar o ensino de qualidade oferecido aos alunos de Medicina da Unoeste. “Essa faculdade tem uma capacidade de fornecimento de material humano e material de ensino extremo. Não é à toa que temos mais de 150 pessoas aguardando e sabendo que os alunos estão aqui. Quer dizer, a positividade, a confiança que o nome Unoeste passa para a população se vê hoje. E a importância é que nesse cenário o aluno se sente médico, ele tem contato com a população, aprende a ter humanismo, e eles se sentem médicos, se sentem capazes de atender, visto que eles que atendem e nós damos a conduta”, elogiou.

Na condição de médico, ele também fez uma avaliação da necessidade desse tipo de atendimento oferecido gratuitamente à população. “Aqui [no mutirão] serão descobertos vários pólipos [causados por fatores hereditários], muita doença inflamatória, até alguns cânceres com certeza serão diagnosticados aqui. Porque? Porque o número de atendimentos, a qualidade do atendimento e os exames gerados vão diagnosticar pessoas que estão andando pela rua com suas doenças e mal sabem”, alertou o Dr. Vanderlei Gimenez.

A acadêmica do 8º termo de Medicina, Aline Grippa, vice-presidente da Liga de Gastroenterologia e Cirurgia, expressou satisfação no envolvimento dos alunos nesse tipo de atividade que os coloca em contato direto com o paciente. “Primeiramente, pela parte acadêmica é muito importante para aproximação paciente/aluno. Essa relação permite que nosso aprendizado seja humanizado. Isso contribui na nossa formação enquanto médicos, e também no atendimento a esses pacientes que podem contar coma gente. Nós estamos aqui estudando, aprendendo com eles e com os médicos especialistas”, considera.

Também do 8º termo de Medicina, a aluna Maria Clara Redivo Amaral não tem dúvidas de que esse contato com os especialistas e os pacientes reflete na qualidade diferenciada do curso. “É gratificante poder aprender com os nossos professores porque aqui a gente consegue demonstrar na prática o que a gente aprende na teoria. Essa humanização nos permite enxergar o paciente numa esfera biopsicossocial, e não apenas sua doença. A gente olha o paciente como um todo, desde o psicológico até os sintomas, podendo diagnosticar o que ele tem, aqui no caso doenças gastrointestinais”, encerra.

Redação

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