Ninho de healthtechs, Brasil tem potencial para se tornar primeiro país latino-americano a ter unicórnio da área da saúde

O Brasil é mundialmente conhecido pelo grande número de startups que surgem e crescem anualmente – relatório da plataforma Sling identificou que, em 2021, houve aumento de 200% no volume de investimentos pelas empresas do tipo, que ultrapassam o número de 14 mil startups criadas, gerando emprego para mais de 100 mil pessoas apenas no ano passado.

O sucesso das fintechs é notável, principalmente com a implantação do open banking. Mas um setor que ganha destaque a cada dia é o das healthtechs, que buscam inovações para a área da saúde e levam benefícios a milhões de pacientes.

As soluções promovem saúde, através da medicina preventiva, do monitoramento de complicações, melhoraram a qualidade e a segurança dos procedimentos, e o gerenciamento assistencial, ampliando a capacidade dos profissionais de saúde através da tecnologia. Outras focam em melhorar a eficiência dos processos, reduzir desperdício, automatizar análise e aplicar capacidade preditiva ao setor. Mapeamento da Delloite em parceria com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) contou com a participação da Anestech, healthtech de Florianópolis que atua no ecossistema de inovação. O detalhamento mostra que, em 2020, cerca de 30% das healthtechs receberam juntas mais de R$ 31 milhões em investimentos, e somente 7,91% não captaram recursos por não conseguir investidor.

Chama a atenção, porém, que não há, dentre as startups conhecidas como unicórnios – aquelas cujo valor de mercado já ultrapassa R$ 1 bilhão – nenhuma da área da saúde. E o principal motivo é um velho conhecido: o baixo índice de digitalização do setor. “Muitos dos registros médicos ainda são realizados em papel ou em sistemas com baixa interoperabilidade, funcionando dentro de sistemas próprios de hospitais e que pouco conversam com o ecossistema de saúde. Mas temos a mudança na palma da mão, com o AxReg, por exemplo”, explica Diogenes Silva, CEO da Anestech.

Esse fator limita o crescimento das healthtechs de uma forma geral à medida em que estruturar a tecnologia do setor depende da integração de sistemas e compartilhamento de informações que vão desde os dados clínicos do paciente até detalhes de um procedimento operatório, passando por exames, receitas e demais documentações sobre o estado de saúde do paciente. Para mudar esse panorama é preciso investir em tecnologia e promover a adoção digital, pois não basta digitalizar o que está no papel, é preciso evoluir para dados estruturados que permitam automação e análises variadas.

“Essa realidade está mudando, já que as healthtechs têm atuado para aumentar a eficiência do setor. É o que acontece no Open Health – ainda em fase de estudo -, modelo no qual o paciente tem todo o seu histórico de saúde disponível digitalmente para que médicos e outros profissionais da saúde tenham acesso e tomem decisões e caminhos mais assertivos durante a jornada do atendimento”, assinala o executivo da Anestech.

A healthtech de Florianópolis, inclusive, é exemplo de inovação na área com a plataforma de gestão de dados que reúne prontuário anestésico digital, soluções de Business Intelligence para o mercado e inteligência artificial que auxilia o anestesiologista a criar uma capacidade preditiva, tornando os procedimentos perioperatórios mais seguros e confortáveis. O AxReg compila os dados documentados pelo anestesiologista a cada cinco minutos durante a cirurgia e os converte em inteligência operacional, promovendo mais segurança ao procedimento, aprimorando a gestão de recursos e a proteção legal do atendimento, e agregando valor a toda a cadeia de saúde. Essas soluções serão fundamentais para um gerenciamento assistencial e financeiro de alto nível e para as análises da medicina baseada em valor.

“Sendo um setor de dimensões enormes, a saúde requer soluções simples, porém efetivas, que revolucionem o seu modo de fazer. A digitalização e o aproveitamento de tecnologias como a computação em nuvem, a conexão 5G, a inteligência artificial, a interoperabilidade de dados e a aplicação de analytics permitem que as lacunas sejam preenchidas e a saúde 100% digital se torne uma realidade no País. Esse é o caminho natural para que o Brasil tenha não somente o primeiro unicórnio da área na América Latina, mas que futuramente possua alguns dos maiores nomes do setor em todo o globo”, prevê Diogenes Silva.

Com uma solução premiada nacionalmente, a Anestech caminha para se tornar referência internacional na captação, análise e tratamento de dados de saúde do perioperatório, que se inicia na avaliação pré-anestésica, passa pelo procedimento anestésico-cirúrgico e o seguimento até a reabilitação funcional do paciente (follow-up tardio). Dessa forma, contribui para o acompanhamento digital da jornada do paciente, para o desenvolvimento do setor, para o aperfeiçoamento do atendimento oferecido aos pacientes e, também, para a gestão e infraestrutura tecnológica de hospitais e instituições de saúde.

Redação

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