Novo reator nuclear: tratamento de câncer de tireoide no Hospital 9 de Julho terá aliado

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, estima-se que são realizados cerca de 1.800 procedimentos de medicina nuclear por 100.000 habitantes no Brasil. O Hospital 9 de Julho (H9J) está com grande expectativa para o lançamento do *Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Segundo o Dr. Heitor Sado, médico Nuclear do H9J, essa novidade pode difundir melhor os exames diagnósticos  e, principalmente, tratamentos, como por exemplo, de câncer de tireóide. “A tecnologia fornecerá, mais e com menor custo. Os benefícios são diversos, mas quem mais utiliza os principais radioisótopos para tratamento, como Iodo, Ítrio e Lutécio são pacientes oncológicos”.

O Dr. Sado afirma que entre essas opções terapêuticas temos tratamento para o câncer diferenciado da tireoide, que utiliza radioiodo, a tipos de câncer se iniciam nas adrenais que ficam próximas aos rins (neuroblastoma ou feocromocitoma metastático), em metástases ósseas de câncer de próstata, uso de radiação seletiva para tumores do fígado e também para tumores neuroendócrinos, dentre outras aplicações oncológicas.

No caso do câncer de tireóide, a glândula, que é responsável pela produção de hormônios que ajudam o metabolismo humano a funcionar (T3 e T4), pode sofrer alterações de  forma ou ter a função comprometida causando o hipertireoidismo (quando há superprodução dos hormônios) ou o hipotireoidismo (quando a produção é insuficiente). O Dr. Sado explica que, nos  casos de câncer de tireóide, o tratamento inicial mais comum é a retirada cirúrgica da glândula tireoide seguida da aplicação do iodo radioativo, quer seja para eliminar remanescentes de tecido tireoidiano, quer seja para tratar casos onde a doença se espalhou no corpo através de metástases.

A Medicina Nuclear também pode ser utilizada em tratamentos de doenças benignas, como o hipertireoidismo e artrites.

Medicina Nuclear

O reator nuclear produz uma radioisótopos para uso médico que podem ser inalados, ingeridos ou injetados. Uma vez dentro do paciente, o radiofármaco começa a agir para, em casos de exames, encontrar as falhas do organismo e, no caso de tratamentos, interagir com os órgãos para combater as doenças.

O objetivo da Medicina Nuclear é aproveitar o melhor de substâncias radioativas para identificar questões metabólicas não detectáveis por outros métodos de imagens. O H9J, por exemplo, tem dois dos principais equipamentos para exames, uma gama-câmara SPECT e uma tomógrafo por emissão de pósitrons (PET/CT). O Dr. Sado explica que, entre as vantagens desses exames, estão a detecção de alterações celulares ou funcionais precocemente.

Em termos de exames, segundo o especialista, existem inúmeras aplicações.As mais frequentes estão nas áreas da cardiologia, oncologia, nefrologia, urologia, pediatria, neurologia, endocrinologia, gastroenterologia e ortopedia. “É importante reforçar que os exames de Medicina Nuclear são muito seguros. O risco de reação adversa grave após a administração do radiofármaco é quase nulo”, finaliza.

*O RMB será construído em Iperó no interior de São Paulo e produzirá radiofármacos para todo o país. Ele é do Governo com pareceria da Marinha do Brasil.

Redação

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