No dia 26 de março, em apoio ao “Purple Day” ou Dia Roxo — Dia Mundial da Luta contra o preconceito relacionado à Epilepsia — os profissionais do Núcleo Avançado de Tratamento das Epilepsias (NATE) do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte (MG), estarão em um estande em frente ao hospital, na Avenida do Contorno, 9530, bairro Barro Preto, para distribuir materiais informativos e conversar com as pessoas sobre a doença.
Segundo a neurologista e neurofisiologista dos Programas de Cirurgia de Epilepsia do Hospital Felício Rocho e Hospital das Clínicas de Minas Gerais, Ana Paula Gonçalves, a epilepsia é uma das doenças neurológicas crônicas mais comuns, mas que pouco se fala desta doença. “Há um grande desconhecimento e muitos mitos associados à epilepsia. É preciso divulgar informações corretas, orientar os pacientes e toda a população, e desmistificar essa condição”, comenta.
A neurologista Ana Paula Gonçalves explica que o Dia Roxo foi criado em 2008 por Cassidy Megan, uma criança canadense, na época com nove anos de idade, com a ajuda da Associação de Epilepsia da Nova Escócia (EANS). “Cassidy escolheu a cor roxa para representar a epilepsia fazendo a alusão a flor lavanda. A lavanda é frequentemente associada à solidão e ao sentimento de isolamento, situações sentidas frequentemente pelas pessoas com epilepsia. O objetivo da menina foi mostrar que as pessoas com epilepsia, seja em que lugar do mundo estiverem, jamais deverão se sentir sozinhas”, diz.
De acordo com a médica, o “Purple Day” começou a ser celebrado no Brasil a partir de 2011 e a cada ano, a campanha cresce significativamente no país. Ela aponta que um dos grandes obstáculos enfrentados pelos portadores de epilepsia é o desconhecimento em relação a mesma. “É importante saber que a epilepsia tem tratamento e que, em 70- 80% dos casos, é possível um controle adequado com o uso correto dos medicamentos, permitindo ao paciente trabalhar e ter qualidade de vida.
Ainda para os 20% que têm dificuldade em controlar as crises com a terapia medicamentosa, é avaliada a possibilidade de tratamento cirúrgico e implantação de estimuladores, visando o controle completo das crises, quando possível, ou a redução em sua frequência.
Epilepsia – sintomas e sinais
A doença que atinge cerca de 50 milhões de pessoas no mundo e 2% da população brasileira, – segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) — é uma enfermidade neurológica crônica e não contagiosa, em que as atividades das células nervosas são perturbadas, causando uma atividade excessiva e anormal das mesmas, gerando a crise epilética. Quando o distúrbio ocorre, o cérebro interrompe temporariamente sua função habitual e produz manifestações involuntárias no comportamento, controle muscular, consciência e na sensibilidade do indivíduo.
Uma das características das crises epilépticas é a imprevisibilidade de quando vão ocorrer. Alguns pacientes conseguem perceber segundos antes delas acontecerem. Em outras situações, elas ocorrem sem nenhum aviso.
A epilepsia pode afetar pessoas de todas as faixas etárias, desde bebês até idosos. Em algumas situações, a doença pode causar apenas uma sensação de ausência, ficando o paciente imóvel, arresponsivo, sem contato com o meio, não falando ou reagindo ao toque durante segundos. As causas das epilepsias são várias, podendo ocorrer como sequela de traumatismo craniano, acidente vascular cerebral, meningite ou estar associada a alguma doença ou predisposição genética.