Oftalmologistas promovem debate para melhorar acesso aos transplantes de córneas no Brasil

A adoção de medidas para aumentar o número de transplantes de córneas no país será o mote do I Fórum Nacional de Transplante de Tecidos Oculares, que acontece na quarta-feira (14), em Brasília (DF), sob a organização do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), com o apoio da Frente Parlamentar da Saúde e da Câmara dos Deputados. Dentre os temas em debate estão o funcionamento dos Bancos de Tecidos Oculares Humanos; a lógica da remuneração; a classificação das córneas doadoras e o estabelecimento de políticas públicas de estímulo às doações.

Em maio, o CBO divulgou estudo a partir de dados oficiais apontando a existência de uma fila de espera para transplantes de córneas que praticamente dobrou nos últimos cinco anos. Segundo a análise feita pelo Conselho, o volume de procedimentos que ainda não retomou os níveis pré-pandemia de Covid-19.

Os dados mostram que o número de pessoas (nas redes pública e privada) que aguardam por uma cirurgia foi de 12.212, no ano de 2019, para 23.946, atualmente. Por outro lado, o total de intervenções realizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2022, ainda é menor do que o era executado no início da década passada.

Para o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o aperfeiçoamento do modelo em vigor depende da adoção de medidas consideradas fundamentais para mudar esse cenário. A entidade reconhece que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) tem buscado superar os problemas que afetam o segmento. Porém, o CBO entente que ainda é preciso agir para, por exemplo, facilitar a capitação de tecidos e melhorar a logística de transporte das córneas, sobretudo no Sistema Único de Saúde (SUS).

O Brasil possui o maior sistema público de transplantes de órgãos no mundo. O Ministério da Saúde gerencia a estrutura e coordena uma rede de centrais de transplante. O sistema integra as secretarias de saúde de todos os estados, em uma estrutura coordenada para centralizar a notificação de doações, captações e logística adequada dos órgãos e tecidos disponibilizados para transplantes.

Especificamente no que se refere aos transplantes de tecidos oculares, são 52 bancos e somente em 2022, foram realizados 7.922 transplantes de córnea. O sistema é complexo. Envolve equipes compostas por profissionais com diversas formações, características diferentes e que atuam em localidades com realidades distintas também. O diálogo entre os participantes é fundamental para que seja possível aperfeiçoar os processos e obter melhores resultados.

Por isso, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) realizará o I Fórum Nacional de Transplantes de Tecidos Oculares e reunirá os principais nomes da área e representantes de instituições envolvidas para debater o tema e contribuir para a ampliação do número de transplantes de tecidos oculares no Brasil.

O evento acontece em 14 de junho, de 8h30 às 12h00, no Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados (CEFOR). O público estimado de 80 participantes foi assim estabelecido: representantes de secretarias estaduais, representantes do Conselho Brasileiro de Oftalmologia nos Estados brasileiros, das Sociedades de Subespecialidade em Oftalmologia, técnicos do Ministério da Saúde e representantes de instituições e organizações da sociedade civil e a população interessada na temática do evento.

Redação

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