O relatório final do projeto-piloto de rastreabilidade de próteses de quadril, joelho e stents coronarianos será apresentado às 14h da quinta-feira (5), em reunião na Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em Brasília (DF).
O projeto-piloto foi iniciado em 2007 somente com próteses de quadril e joelho no estudo pela SBOT em 3000 casos mostrando a viabilidade do registro, quando então em 2010 a Anvisa, concordou em realizar um programa de Registro Nacional de Implantes (RNI). Sempre com a participação técnica da SBOT e depois com a Sociedade de Cardiologia Intervencionista colocando também os stents.
Em julho passado simultaneamente no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e no Hospital Marcelino Champagnat, de Curitiba, foi feito um estudo operacional com médicos, enfermeiros, central de produtos, mostrando a viabilidade “in loco” do sistema via WEB.
Coordenado na Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT por Luiz Carlos Sobania e Sergio Okane, o programa permite comprovar a durabilidade e a eficácia das próteses de várias procedência no corpo humano.
Sobania explica que o programa prevê que, terminado o procedimento de implante ou de substituição de uma prótese, o cirurgião preencha via internet um pequeno relatório informando gênero, idade do paciente, motivo da intervenção, marca e modelo da prótese, data e hospital em que foi feita a cirurgia, além de outros dados relevantes. “O preenchimento da ficha por parte do Médico não leva mais de três minutos”, garante.
“Com o passar do tempo e o acúmulo de informações será possível saber se as infecções são mais frequentes quando se usa determinado modelo”, diz Sobania, “qual a prótese mais resistente, que demora mais para precisar ser trocada” e mesmo se determinado hospital é mais ou menos eficiente nos procedimentos.
O programa permite até o acompanhamento a longo prazo – via consultas por e-mail – aos pacientes submetidos ao procedimento, que informarão como estão se adaptando à prótese e seu grau de satisfação dois, três ou mais anos após a cirurgia. Esses dados são muito importantes também para os planos de saúde, que poderão escolher os produtos que comprovadamente tiverem melhor qualidade e relação custo/benefício.
Os ortopedistas lembram que depois que a Suécia se tornou pioneira num programa de rastreabilidade das próteses, Canadá, França, Austrália, Inglaterra, Nova Zelândia e mais recentemente os Estados Unidos passaram a desenvolver a mesma ferramenta, que agora é implementada no Brasil.
Aprovado o projeto-piloto e feitas as adequações porventura necessárias, a Anvisa pretende anunciar ainda este ano a universalização do programa, que leva o nome de Registro Nacional de Implantes, RNI.