O Outubro Rosa é o mês de conscientizar, alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. A campanha foi criada pela Fundação Susan G. Komen for the Cure no início da década de 1990. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram estimados para o Brasil 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A mulher deve observar e procurar seu mastologista caso apareçam sinais como a presença de nodulações; retração do bico do seio; saída de secreção pelo mamilo que seja da cor de água cristalina ou com presença de sangue; úlceras e lesões na pele da mama ou no mamilo; gânglios debaixo dos braços que surgiram de uma hora para outra; vermelhidão na mama, entre outros.
Para o professor adjunto de Tocoginecologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), Plinio Gasperin, a campanha deste ano é especialmente importante, uma vez que, devido à pandemia, muitas mulheres deixaram de fazer seus exames regularmente e até mesmo de tratar quando já acometidas pela doença. Como publicado na Agência Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), houve queda de 70% na presença de mulheres nas unidades hospitalares neste período pandêmico.
O diretor-médico do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), Jean Alexandre Furtado Correa Francisco, explica que não existe uma prevenção primária para o câncer de mama, e sim a prevenção secundária, que é o autoexame e os exames de imagem, a partir da idade de recomendação. A mamografia, por exemplo, é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos.
Ele explica a melhor maneira de realizar o autoexame: “deve ser feito no período pós menstrual, com uma mão acima da cabeça e a outra mão deve percorrer no sentido horário ou anti-horário, como a mulher preferir, da periferia para o centro da mama – como se estivesse tocando uma tecla de piano – e, por fim, próximo da região mamilar”. Ele ainda destaca que as chances de cura de um câncer detectado em sua forma mais precoce se aproximam dos 100%.
É importante ressaltar que as mulheres que possuem histórico familiar de câncer de mama devem procurar seu mastologista ao menos 10 anos antes da idade correspondente à doença de sua familiar. “Por exemplo, se sua irmã teve câncer de mama aos 45 anos, você deve procurar seu mastologista já aos 35 anos de idade”, explica o doutor Gasperin.
“O enfoque (da campanha) ‘Quanto antes melhor’ ressalta que as chances de boa evolução no tratamento e a chance de cura estão em tratar o quanto antes, quando a mulher for acometida por um câncer”, conta o doutor Gasperin.
Além disso, de acordo com a SBM, a campanha ‘Quanto antes melhor’ destaca a necessidade da adoção de um estilo de vida que trabalhe a prática de atividades físicas e alimentação saudável, assim, minimizando riscos do câncer de mama e de outras doenças.
Para o diretor-médico do HUEM, as ações e campanhas do Outubro Rosa, a massificação da mamografia e as ações do Ministério da Saúde têm sido muito boas nos últimos anos. “Tirar o temor infundado de que a mamografia é um exame que faz mal e que machuca a mulher ajuda muito a transmitir a ideia de que ela tem que fazer os seus exames regularmente – claro que é desconfortável, mas muito mais desconfortável é um câncer não diagnosticado”, ressalta.
Existem diversos mitos sobre a doença, como: o desodorante ser prejudicial, a mamografia aumentar o risco do câncer de mama, o nódulo desaparecer sozinho. “As novas gerações já têm uma conscientização maior em relação ao autoexame e à consulta do seu ginecologista rotineiramente”, esclarece o diretor-médico.
“Ninguém gosta de ter um diagnóstico, não importa de qual doença seja. Existem mitos perigosos, mas, caso for acometida pela doença, quanto antes for realizado o tratamento, mais chances de cura e de um resultado esteticamente mais favorável. Existe vida após a doença! É possível ser feliz e continuar sua vida junto aos seus entes queridos”, finaliza Gasperin, professor da FEMPAR.