Outubro Rosa: terapias alternativas podem atuar no alívio de dores no tratamento do câncer de mama

A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e a Sociedade de Oncologia Integrativa (SIO) publicaram no Journal of Clinical Oncology, recomendações sobre técnicas integrativas de gerenciamento da dor. Nas recomendações, as entidades informam que terapias alternativas como massagem e acupuntura devem ser oferecidas para dores nas articulações em pacientes com câncer de mama. Aqui no Brasil, uma técnica muito difundida é uma vertente da técnica milenar: a auriculoterapia. A especialista Lirane Suliano explica que a auriculoterapia é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde – como uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICs), e que pode minimizar o impacto do tratamento do câncer nas pacientes, em especial no que diz respeito aos efeitos colaterais da quimioterapia. Já a fisioterapeuta Ana Martha Dian, criadora de uma técnica exclusiva de massagem com viés holístico, a Topcorpus, explica que a técnica, além de diminuir dores, também ajuda a reduzir efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia.

“Na auriculoterapia existem pontos localizados no pavilhão auricular que uma vez estimulados liberam neuro-hormônios que atuam na melhora da qualidade de vida de um paciente oncológico, reforçando a imunidade e gerando bem-estar, por exemplo, reduzindo a sensação de cansaço, a dor, as náuseas e os enjoos, muito comuns em pacientes durante o tratamento quimioterápico. Além disso, podemos estimular os pontos que têm ação anti-inflamatória e forte atuação no emocional dos pacientes oncológicos, tudo isso sem a utilização de medicamentos e sem comprometer o tratamento alopático, o que representa uma enorme vantagem, em especial para pacientes que fazem uso contínuo de medicamentos, pois nada será acrescentado, ao contrário, na analgesia, por exemplo, pode reduzir o consumo com uma técnica natural”, explica Lirane Suliano.

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. O câncer de mama pode ocorrer em mulheres e, raramente, em homens. Os sintomas do câncer de mama incluem um nódulo na mama, secreção com sangue pelo mamilo e mudanças na forma ou textura do mamilo ou da mama. O tratamento depende da fase do câncer. Pode envolver quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Entre os efeitos ocasionados pelo tratamento oncológico estão: dor, fadiga, náuseas e vômitos, constipação ou diarreia, mucosites, ressecamento da pele e queda de cabelos. Além disso, há os sintomas psicológicos, como estresse, ansiedade, depressão, tristeza e medo da morte.

Auriculoterapia 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2020-2022 a estimativa é de 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil. A especialista em auriculoterapia, Lirane Suliano explica que estudos publicados analisam os benefícios da auriculoterapia no tratamento dos sintomas em pessoas diagnosticadas com câncer. Entre os mais recentes destacam-se o uso da técnica na manutenção da qualidade de vida nos casos de câncer de mama; no controle da dor, na constipação, nas náuseas e vômitos, na fadiga e insônia. Um outro ponto relevante sobre os benefícios da auriculoterapia é no atendimento aos familiares dos pacientes oncológicos, e dos profissionais que atuam nessa especialidade de oncologia.

“Os resultados das inúmeras pesquisas sobre o uso da auriculoterapia em pacientes oncológicos revelam uma melhora na qualidade de vida dos indivíduos diagnosticados com essa condição, porque atuam no controle da ansiedade e da dor, além dos sintomas adversos decorrentes da doença e seu tratamento. A auriculoterapia é uma ferramenta poderosa que pode ser empregada no alívio dos diversos sintomas dos tratamentos para o câncer, que em geral, causam grave abalo físico e psicológico aos pacientes. Com a abordagem da auriculoterapia neurofisiológica é possível proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes oncológicos sem acrescentar medicamentos à sua rotina”, comenta Suliano.

Massagem 

Conforme a fisioterapeuta Ana Martha Dian, a massagem promove o relaxamento muscular e pode ajudar com dores provocadas pelos tratamentos. “Além disso, a quimioterapia e radioterapia podem provocar edemas no corpo da paciente e a massagem também é benéfica”, afirma. Ela acrescenta que diversas pesquisas recomendam a massagem para a diminuição de dores e no cuidado paliativo de pacientes com estágio mais avançado da doença.

“É uma terapia que pode ser feita em qualquer estágio da doença, desde que seja autorizada pelo oncologista da paciente. Como para esses casos, a técnica a ser empregada visa somente o relaxamento e o bem-estar, pode ser realizada todos os dias”, finaliza a fisioterapeuta.

Redação

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