Pandemia de Covid-19 provocou queda de 92,5% em cirurgias eletivas buco-maxilo-facial

O Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial promoveu um levantamento nacional com associados para conhecer o impacto da crise sanitária do novo Coronavírus em cirurgias eletivas e de emergência da especialidade. Pela pesquisa, as operações eletivas, ou seja, aquelas programadas com antecedência tiveram uma redução de 92,5%, em média. Houve uma interrupção em praticamente todo o país entre 16 de março e 22 de maio, sendo realizadas, nesse período apenas as cirurgias de trauma, aquelas envolvendo acidentes graves ou por violência, drenagem de abscesso, que são provocadas por infecções bacterianas, e poucos casos de cânceres foram permitidos tratamento no período.

Para o presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, José Rodrigues Laureano Filho, foi um tempo muito grande sem procedimentos eletivos e a retomada ainda está extremamente tímida. A pesquisa constatou que, em poucos estados, as cirurgias eletivas retomaram no final de maio, porém apenas para as doenças que não podem ser adiadas, como os procedimentos relacionados as patologias benignas, os casos de deformidades maxilares com impacto importantes nas funções mastigatória, respiratória, na deglutição, na fonação e nas disfunções nas articulações da mandíbula”, explica Laureano Filho. Na maioria dos estados, a previsão de retomada ainda está sendo postergada para julho e agosto. “Fluxo normal mesmo, a partir de setembro e conforme a orientação de cada Secretaria Estadual de Saúde”, completa do presidente do Colégio.

Segundo o especialista, haverá um afunilamento, no segundo semestre, e um volume enorme de cirurgias as serem realizadas, além do agravamento de muitos casos. “Temos um sistema de saúde que já trabalhava no limite, antes da pandemia, com o estrangulamento das cirurgias veremos centros cirúrgicos superlotados com a desistência de muitos pacientes pelos tratamentos”, prevê Laureano Filho. O presidente acredita que a retomada deveria ser mais célere com segurança para profissionais e pacientes. “Caso contrário, haverá um aumento da morbidade para cirurgias de ressecções, em casos de tumores, por conta de evolução da lesão, com a necessidade de novos exames para os procedimentos, além da elevação de casos de sequelas”, finaliza o presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial.

Redação

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