Presente e futuro do setor: como os Estados têm administrado as equipes de saúde durante a pandemia?

Como os Estados têm administrado as equipes de saúde durante a pandemia? Quais os desafios de se mobilizar estruturas e mão de obra com agilidade diante do atual cenário? Há possibilidade de integração dos sistemas público e privado? Como superar as dificuldades de financiamento para contratação e adequação da estrutura? O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) debateu esses e outros temas no webinar gratuito “Emprego e Gestão de Profissionais da Saúde em Tempos de Pandemia”.

Com mediação de José Cechin, superintendente executivo do IESS, o debate contou com a participação de Alberto Beltrame, secretário de Estado de Saúde Pública do Pará e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS); Prof. Dr. Gonzalo Vecina Neto, médico e professor da faculdade de saúde pública da USP e da FGV; Rosana Cristina Garcia, diretora da Escola Municipal de Saúde de São Paulo; e Ricardo Burgos, vice-presidente de Capital Humano do UnitedHealth Group Brasil.

“Temos um enorme desafio pela frente, seja na gestão das instituições ou ainda dos profissionais de saúde, que estão na linha de frente dessa luta contra o Coronavírus. Diante dessa nova realidade, é natural que apareça uma série de dúvidas. O importante é gerar conhecimento e fomentar a discussão no setor. O que temos feito em nossos eventos e webinars”, comentou Cechin.

Durante o encontro, foi possível conhecer um pouco mais como as diferentes áreas estão lidando com a pandemia. “Os hospitais de campanha são integrados tanto com a atenção básica quanto com as unidades da autarquia municipal por meio de fluxos, protocolos e pela regulação do município”, apontou Rosana Cristina.

Ricardo Burgos apontou alguns dos problemas vivenciados pelas instituições. “Aqui, não tivemos alteração de jornada, impostos, rendimentos dos colaboradores. Mas a experiência do setor mostrou que há instituições com baixa taxa de utilização, em função do cancelamento de cirurgias eletivas, exames, procedimentos e até o medo de pacientes em frequentarem os hospitais. Agora os hospitais terão o desafio de equilibrar gastos ao mesmo tempo em que criam mecanismos para evitar a propagação do vírus”, comentou.

O desafio do financiamento não é exclusividade nacional e impacta tanto o setor privado, quanto público, como bem reforçou Vecina Neto. “O SUS tem conseguido segurar as pontas na pandemia. Claro que tem regiões mais afetadas, como que vemos no Norte do País. Muita coisa terá de ser revisitada. A Europa, por exemplo, sentiu fortemente o resultado do desfinanciamento dos sistemas de saúde”.

Aqui no Brasil as restrições fiscais do setor público levaram o Governo a estabelecer por Emenda Constitucional, a restrições aos seus gastos, reajustando-os por 20 anos apenas pela inflação. Assim, para que se possa destinar maior volume de recursos para a saúde será necessário reduzir outros gastos. “E a mesma coisa aqui. De 2016 e para cá, o SUS perdeu 20 bilhões de reais. A emenda constitucional 95, que congela os gastos públicos por 20 anos, fará com o Brasil tenha a maior e pior desigualdade social do mundo”, completa Vecina.

Como tem ficado cada vez mais claro para as diferentes áreas e não só a saúde, haverá profundas mudanças após esse momento de pandemia. Beltrame reforçou que o uso da telessaúde é um que veio para ficar. “Estamos atuando fortemente com nessa área, conectados com centros tecnológicos e de saúde do País. Abre-se, nesse momento, um novo horizonte da telemedicina e uma nova forma de trabalho aos profissionais e instituições”, analisa.

Veja abaixo o webinar na íntegra e fique ligado nos próximos:

Redação

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