Falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), jornadas de trabalho excessivas e ausência de treinamento para atender pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 geraram sofrimento psíquico em 54% dos profissionais que responderam à enquete realizada no Brasil pela Internacional de Serviços Públicos (ISP) entre os dias 27 de março e 15 de junho.
Participaram do levantamento 3.636 profissionais da saúde e de outros serviços essenciais, tanto do setor público quanto do privado.
Os resultados finais da pesquisa e a análise dos dados levantados serão apresentados durante o seminário virtual “Trabalhadoras e Trabalhadores Protegidos Salvam Vidas”. O evento acontece na próxima terça-feira (25), a partir das 14h, com a participação do procurador e coordenador do Grupo de Trabalho Nacional sobre Covid-19 do Ministério Público do Trabalho, Ronaldo Lima dos Santos, e da coordenadora da pesquisa “Condições de Trabalho dos Profissionais de Saúde no Contexto da COVID-19 no Brasil” da FIOCRUZ, Maria Helena Machado. A transmissão será pela página do Facebook da ISP (www.facebook.com/ispinteramerica)
Denise Motta Dau, secretária sub-regional da ISP, destaca que a enquete realizada pela entidade teve início nos primeiros dias da pandemia no Brasil. “A expectativa era de que, com o passar dos meses, o número de profissionais que afirmam receber EPIs aumentasse, mas isso não ocorreu. Apesar do tempo que tiveram para se organizar, adquirir e distribuir esses materiais, a pesquisa demonstra que os gestores públicos e empregadores privados continuam ignorando os protocolos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Organização Mundial da Saúde”, afirma Denise.
Ao final do seminário, será lida a carta “Proteger para salvar vidas – o futuro do trabalho nos serviços essenciais”, com encaminhamentos e recomendações aos poderes públicos e empregadores privados. “A ideia é pressionar gestores e empresários e reivindicar, inclusive, a intermediação de organismos internacionais”, conclui a secretária sub-regional da ISP.