Pets recriam a atmosfera hospitalar e despertam sorrisos em pacientes internados

Marta, paciente, ao lado do Magnus. Crédito: Matheus Campos

Alguns anos atrás parecia impossível imaginar a presença de um pet dentro de uma unidade hospitalar. Questões como contaminação, reações alérgicas, higienização e tantos outros pontos exigiam ações específicas para garantir a segurança de pacientes, dos animais e das equipes de saúde. Pouco a pouco, seguindo restrições rigorosas, os pets ganharam status de visitas nas alas de internação e atualmente muitos já são carinhosamente chamados de terapeutas. O bem que estes animaizinhos levam para dentro do hospital não passa despercebido, não há quem resista em abrir um largo sorriso ao ver o animal adentrando pelos corredores, quartos e se aproximando com doçura e simpatia dos pacientes.

E essa foi a reação emocionada da paciente Marta Portásio, 50 anos, que já não aguentava de saudade de seu pet de estimação enquanto estava hospitalizada. “Os cachorros são anjos peludos, sem asas e de patas. Receber essa visita tornou o momento ainda mais inesquecível. Foi muito emocionante e acolhedor, uma experiência que me deixou extremamente emocionada”, relembra. A visita do pet é realizada uma vez por mês em parceria com o Instituto Adimax, empresa de petfood. A ação foi batizada de “Magnus Visita”, Magnus também é nome do cachorro, da raça bernese e a visita é acompanhada por um tutor.

Antes de entrar no hospital, há todo um preparo especial para que isso seja possível. “Ele toma banho, higieniza as patinhas, mantém a vacinação em dia, é acompanhado por um adestrador e recebe muitos outros cuidados para que a visita seja um momento especial e sem qualquer tipo de risco”, destaca André Sano, coordenador de responsabilidade social do Instituto Adimax.

A visita dura cerca de uma hora e o Magnus percorre os leitos de internação e as salas de espera. “O programa social surgiu em 2012. Desde que foi definida a imagem de um cão da raça bernese para estampar as embalagens da Magnus, também foi definido que ele não só faria eventos comerciais, mas também eventos sociais. E passou a visitar instituições assistenciais desde então”, conta Sano. Atualmente, cinco instituições da região de Campinas e Sorocaba recebem o cãozinho.

Balanço positivo

Psicóloga do Vera Cruz, Roberta Von Zuben, elenca os benefícios da ação. “A resposta dos pacientes, principalmente idosos e crianças, é muito positiva. Quando eles notam a presença do cachorro no hospital, desmistificam que aquilo vai ser algo ruim, que poderão sentir dores e relaxam, gerando uma resposta emocional muito boa. Além disso, é mais uma alternativa que a gente tem para melhoria na administração de medicação e alívio dos sentimentos dos pacientes, que às vezes ficam muitos dias internados. O Magnus é um animal muito dócil e retribui o carinho aos pacientes. E isso é importante”.

O psicólogo Gabriel Banzato, que também integra a equipe do Vera Cruz Hospital, afirma que a figura canina cria um elo entre o paciente, suas memórias afetivas e o mundo externo. “O cachorro está associado com uma situação de afeto e carinho, e essa interação permite que os pacientes escapem do ambiente hospitalar, às vezes vivenciado de forma fria. Assim, a pessoa internada tem contato com o mundo externo, e, mesmo que por alguns instantes, volta a sorrir, a ficar maravilhada, a ter o desejo de tirar uma foto, abraçar o cachorro, enfim, reações emocionantes e boas. A presença do cachorro muda tudo. Os pacientes ficam mais contentes e comunicativos. O pet abre uma porta de afeto e de esperança que muitas vezes fica difícil de se enxergar quando se está hospitalizado”, destaca.

Aprovado

Os pacientes agradecem o gesto de carinho. “Eu havia comentado que estava com saudade dos meus bichos e que era o que eu mais sentia falta durante a internação. Quando a fisioterapeuta falou da visita do pet, meus olhos brilharam e, na ocasião eu disse o quanto seria maravilhoso se ele pudesse me visitar”, relembra Marta. Dias depois, lá estava ele.

“O Magnus é muito fofo. Os meus cachorros são bem menores que ele, mas foi possível matar um pouco da saudade ao ver aquele cachorro entrando no quarto. Eu senti meu coração bater no peito de uma maneira muito alegre, muito feliz, muito em paz. Sou só gratidão por me propiciarem isso. Inclusive, no dia seguinte eu recebi a alta. Então o Magnus veio para me dar as boas-vindas ao mundo novamente”, conclui a paciente.

Redação

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