Políticas públicas podem reduzir mortes por câncer de mama

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) apresentou ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), em Brasília (DF), diretrizes para a redução da mortalidade por câncer de mama, primeira causa de óbitos por câncer em mulheres no Brasil. Como representantes do Departamento de Políticas Públicas da SBM, os mastologistas Paula Saab e Victor Rocha destacaram a importância de novas tecnologias aplicadas à mamografia para diagnóstico e a necessidade de reduzir de 50 para 40 anos de idade o início do rastreamento da doença. Os especialistas também mostraram resultados da Casa Rosa, experiência realizada em Campo Grande (MS) que em 18 meses zerou as filas de consultas em mastologia, punções e biópsias de mama no SUS (Sistema Único de Saúde).

De acordo com a mastologista Paula Saab, a primeira reunião da Sociedade Brasileira de Mastologia, realizada este mês a convite do Conasems, reforça ao Ministério da Saúde como instância superior, a necessidade de aplicação de três pilares preconizados nas diretrizes da SBM: pré-diagnóstico, diagnóstico e tratamento de câncer de mama, “com o propósito de reduzir, urgentemente, a mortalidade pela doença no Brasil”, destaca a especialista.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê 73.610 novos casos de câncer de mama até o fim deste ano. O número de mamografias realizadas no SUS atinge cerca de 20% do público-alvo, sendo que o ideal, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é 70%. “Esta situação, sem dúvida, corrobora para o alto índice de mortalidade pela doença no Brasil”, diz a médica.

A mamografia, até o momento, é o único exame com evidência científica para o rastreamento de câncer de mama em mulheres assintomáticas. Neste sentido, os representantes da SBM destacaram na reunião em que estiveram presentes o secretário executivo do Conasems, Mauro Guimarães Junqueira, e o assessor técnico, Elton da Silva Chaves, a importância de investimentos em novas tecnologias em mamografia.

“No encontro solicitamos, ainda, apoio para mudar a idade do início de rastreamento do câncer de mama com a mamografia”, enfatiza o mastologista Victor Rocha. “O Ministério da Saúde indica a realização anual do exame a partir dos 50; a SBM, a partir dos 40 anos”, diz.

Vice-presidente Regional da SBM em Mato Grosso do Sul, Rocha também está à frente da experiência Casa Rosa, que foi apresentada ao Conasems. Em Campo Grande (MS), o projeto liderado pela equipe do especialista conseguiu zerar as filas de consultas em mastologia, punções e biópsias no SUS. “Em 18 meses de funcionamento, fizemos o diagnóstico de 102 casos de câncer de mama através da consulta integrada e resolutiva”, conta o mastologista. “Em um único local, realizamos consultas, exames, biópsia e imuno-histoquímica em 14 dias. Este resultado, sem dúvida, serve de exemplo para o país”, completa.

Ao mesmo tempo em que classificam como “muito produtiva” a reunião com o Conasems, os representantes da SBM ressaltam as possibilidades de parcerias entre o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Mastologia com o propósito de reduzir a mortalidade por câncer de mama. “Em todo o Brasil, este é o objetivo que demanda todos os nossos esforços”, finaliza a médica Paula Saab.

Redação

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