Pós-graduação de Enfermagem foca em Central de Material e Esterilização

A Universidade Veiga de Almeida (UVA) está lançando neste semestre a Pós-Graduação em Enfermagem em Central de Material e Esterilização (CME), setor responsável pelo processamento (limpeza, inspeção, acondicionamento, esterilização e distribuição) de todos os produtos para a saúde de um hospital. A especialização, oferecida no Rio de Janeiro, é destinada ao preparo de enfermeiros para atuação em CME, incluindo a gestão desse tipo de unidade, considerada o “coração” de um hospital.

Segundo dados da Associação Nacional de Biossegurança (Anbio), as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são responsáveis pela morte de 100 mil pessoas por ano no Brasil. Uma das formas de reduzir os riscos desses tipos de infecções é por meio do trabalho da CME. “A unidade é um componente forte para a segurança de pacientes e profissionais de saúde. Além de boa estrutura física e profissionais capacitados, os hospitais precisam de insumos estéreis”, explica a Professora Dra Virginia Godoy, coordenadora da nova pós-graduação da UVA.

Para ela, Doutora em Enfermagem pela USP, a CME vem se tornando cada vez mais importante devido ao aumento do número e tipos de cirurgias, como as minimamente invasivas e a cirurgia robótica, para as quais foram criados milhares de instrumentos e produtos hospitalares. “Do ponto de vista financeiro, a CME também contribui para a redução de custos em um estabelecimento assistencial de saúde. Uma caixa com instrumental de robótica de segunda geração, por exemplo, chega a custar em torno de 500 mil reais. É uma grande responsabilidade processar esses produtos”, completa. A CME está presente em cada cuidado prestado e responde pela segurança da assistência do ponto de vista dos pacientes, profissionais e da instituição como um todo.

Outro fator que trouxe a CME para os holofotes foi a pandemia da Covid-19. “Observamos que tínhamos de fazer alguma coisa. Houve a necessidade de aprimorar o condicionamento de ar em setores como o expurgo da CME, com a adoção de filtros potentes. A redução da dispersão de partículas na CME constitui importante meta da atualidade. Dessa forma, processos de trabalho envolvendo a secagem com ar comprimido, por exemplo, tiveram de ser revistos para conter a disseminação do vírus nas CMEs e nos hospitais como um todo”, relata Virginia, que contribuiu para a criação da nota técnica ‘Coronavírus e a CME’, uma parceria entre o curso de Enfermagem da UVA, o Núcleo de Assessoria, Capacitação e Especialização voltado à Central de Material e Esterilização (NasceCME) e enfermeiros de diferentes regiões do país. O documento reúne diretrizes para a tomada de decisões nas CMEs.

Informações: www.uva.br

Redação

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