Pró-Cardíaco é único hospital do RJ a participar de pesquisa internacional para tratamento da amiloidose cardíaca

São promissoras as notícias para os pacientes com amiloidose cardíaca, condição que deixa o coração hipertrofiado. Após resultados positivos apresentados no Simpósio Internacional de Amiloidose, em Heidelberg na Alemanha, no início do mês, um medicamento que já era utilizado para as formas neurológicas da doença, mostrou benefício em pacientes com a forma cardíaca do problema. O remédio foi avaliado em centros de referência de todo o mundo e, teve o Hospital Pró-Cardíaco, da rede Americas, como o único do Rio de Janeiro envolvido no estudo multicêntrico.

O estudo, chamado Apollo B, envolveu cinco centros do país e foi feito de forma randomizada, ou seja, por meio de sorteio, um grupo de pacientes recebeu placebo (substância sem efeitos no organismo) e, o outro a medicação em teste, de nome científico patisiran. “A duração foi de cerca de um ano e, a partir do resultado, será realizada a proposta para aprovação do medicamento nas agências regulatórias dos USA, Europa e na Vigilância Sanitária no Brasil”, explica Claudio Tinoco, coordenador da área de medicina nuclear do Pró-Cardíaco.

O especialista informa, ainda, que a amiloidose é uma condição presente em pacientes que sofrem de insuficiência cardíaca, que ocorre quando algumas proteínas se acumulam de maneira anormal nos tecidos do coração e, por essa razão, o músculo do órgão fica endurecido. Trata-se de uma doença que era considerada rara, mas que vem ganhando destaque devido a um aumento de casos na população mundial.

“O coração daqueles indivíduos que possuem algumas condições, a exemplo da hipertensão arterial, acaba funcionando com um esforço maior. Esse trabalho gera a hipertrofia do músculo, que pode levar ao depósito da transferritina (proteína da vitamina A) até o fígado. A doença pode tornar os tecidos do coração rígidos, tanto os átrios e os ventrículos, responsáveis pela contração e relaxamento, quanto as válvulas, que regulam o fluxo sanguíneo – o que é grave do ponto de vista clínico”, detalha o especialista.

Tinoco observa que algumas pessoas têm o problema de forma hereditária, mas que a amiloidose também pode ser adquirida ao longo da vida e, o medicamento em teste vem demonstrando ser um potencial silenciador do problema, pois impede que se produzam proteínas defeituosas.

“É uma terapia gênica, porque age no nível de produção das proteínas com problemas. Os resultados estão sendo promissores para casos de amiloidose, que até então não tinham cura e representam uma esperança aos pacientes que sofrem com essa enfermidade”, finaliza o especialista.

Redação

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