Pró-Saúde fecha 2021 com economia de até 40% em compras de suprimentos hospitalares

As compras centralizadas de suprimentos em larga escala, realizadas em 2021, resultaram em uma economia estimada de até 40% para hospitais que compõem a carteira de clientes da Pró-Saúde, uma das maiores gestoras do país.

“Realizamos a aquisição de insumos para 24 unidades de saúde localizadas em todas as regiões do país, por meio de uma estratégia centralizada no escritório corporativo, que fica na capital paulista”, informou o diretor de Suprimentos da entidade, Wagner Santos.

O executivo explicou que, ao centralizar o método de compras, a Pró-Saúde conseguiu negociar junto aos fornecedores preços abaixo do valor de mercado, estratégia que gerou economia significativa para os clientes, especialmente em período da alta demanda impulsionada pela pandemia da covid-19, quando os preços de medicamentos e EPIs (equipamentos de proteção individual) dispararam, chegando a subir até 1.000% em alguns itens, segundo dados da Federação de Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (Fehosp).

“Se essas compras fossem realizadas localmente pelas unidades, o preço geral poderia ser até 40% maior, com impacto direto na dificuldade para suprir os insumos necessários para o atendimento aos pacientes e o consequente pleno funcionamento dos hospitais”, avaliou Santos.

Para se ter uma ideia da dimensão da economia gerada pela estratégia de compra centralizada, a Pró-Saúde contabilizou um total de R$ 136 milhões em compras realizadas ano passado — alta de R$ 34 milhões quando comparada ao volume transacionado em 2020. “A demanda aumentou, principalmente em meados de 2021, quando o país enfrentou o maior pico da pandemia em abril”, lembrou o diretor de Suprimentos.

Os dados consideraram as aquisições de linhas de medicamentos, produtos médico-hospitalares, órteses, próteses e equipamentos comprados ao longo do ano passado, e constam no Relatório Institucional de 2021, publicado no final de abril.

A abertura de novos leitos para combate à pandemia, a retomada de atendimentos eletivos e a entrada de novas unidades no portfólio da entidade contribuíram nos resultados obtidos pela Pró-Saúde.

Localizadas em diversos estados do país — desde grandes centros metropolitanos a regiões remotas da Amazônia brasileira —, as 24 unidades de saúde abastecidas por meio da entidade filantrópica exigiram esforço logístico adicional.

De acordo com Wagner Santos, foi necessário investir em inteligência para distribuir o acesso dos fornecedores e, também, planejamento para garantir o estoque de suprimentos.

“Tivemos que alterar as análises e planejamento das compras de forma recorrente, considerando o perfil de cada unidade gerenciada. Foi preciso desenvolver métodos para prever a demanda, com base em informações e dados de pessoas infectadas, além de avaliar a curva de consumo para evitar desabastecimentos”, destacou.

De acordo com o levantamento, os itens mais comprados foram os utilizados diretamente no atendimento de pacientes graves da Covid-19, como sedativos, neurobloqueadores, EPIs e antibióticos, uma vez que a Pró-Saúde chegou a administrar mais de 700 leitos exclusivos para a doença.

Os dados referem-se ao período crítico em que instituições, como o Conselho Federal de Farmácia, externavam preocupação com a falta de medicamentos essenciais para a manutenção da vida de pacientes graves com Covid-19 e outras patologias, como bloqueadores musculares e sedativos, que tiveram seu desabastecimento em nível nacional confirmado por secretários de saúde e a própria indústria farmacêutica, tomando conta dos noticiários brasileiros.

Com o pico de três pessoas morrendo por segundo no país, em 8 de abril, as rotinas de trabalho dos serviços de saúde ganharam contornos ainda mais dramáticos. Em maio, coleta de dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), com mais de três mil cidades, apontou que 18,3% alegavam risco iminente dos hospitais ficarem sem medicamentos do “kit intubação”.

Wagner ressaltou que neste período, mobilizou a equipe de profissionais da Pró-Saúde para estreitar a parceria com os principais fornecedores estratégicos. “Mesmo com a ocorrência de restrições de volume de alguns medicamentos no mercado, a entidade não registrou nenhum caso de desabastecimento em suas unidades”, afirmou.

O executivo contou que implantou células de planejamento de compras diretamente nas unidades, com a inclusão de sistema, processos e, principalmente, mudança de cultura. “Com isso foi possível evitar compras desnecessárias, excessivas ou de urgências, que poderiam onerar de forma significativa os orçamentos já apertados no setor de saúde”, explicou.

Já para unidades localizadas em regiões remotas, como na floresta Amazônica, onde a Pró-Saúde tem uma ampla atuação, o setor manteve uma atividade contínua de mapeamento, identificação e homologação de novos fornecedores.

“Atuamos no maior nível possível de relacionamento com os principais fornecedores ou players na cadeia e hospitais no dia a dia do enfrentamento. Foram diversos casos em que agimos em conjunto e, com trabalho estratégico, os resultados foram positivos”, acrescentou Lucas Morato Batbuta, gerente corporativo de Suprimentos.

Para o decorrer do ano, a expectativa do setor é se aprofundar na análise de dados junto às unidades, visando a possibilidade de aquisição de medicamentos em volume adicional, minimizando os custos com transporte e frete, que estão sendo amplamente impactados pela alta dos combustíveis.

“Todo esse processo foi possível porque a Pró-Saúde alcançou relativa maturidade em seus processos de governança corporativa”, destacou o diretor Wagner. Em 2021, estudo da Fundação Dom Cabral publicado pela revista Época apontou a Pró-Saúde entre as cinco mais bem sucedidas experiências em governança do país na área da saúde.

Redação

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