O projeto Lean nas Emergências iniciou o seu 5º Ciclo de atuação em 26 hospitais públicos localizados em todas as regiões do Brasil. Até 2023, a previsão é que sejam implementados mais quatro ciclos. A iniciativa é conduzida pelo Hospital Sírio-Libanês por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde (MS).
A primeira etapa teve como objetivo reduzir a superlotação nas urgências e emergências dos hospitais filantrópicos e da rede pública por meio do uso da metodologia Lean – que visa melhorar a gestão racionalizando recursos, otimizando espaços e insumos. Com resultados expressivos, a iniciativa se estendeu a centros cirúrgicos e unidades de internação, com o adicional de implementação de melhorias nestas unidades.
Segundo o médico consultor do Sírio-Libanês, Dr. Rasivel dos Reis Santos Jr, “com baixo custo de implementação, essa ferramenta de gestão vem mitigando o impacto negativo da pandemia em mais de 100 hospitais da rede pública de saúde e, agora, se consolida em sua segunda fase, levando soluções a problemas mais complexos que os hospitais da rede pública enfrentam. Neste novo ciclo do projeto, teremos a oportunidade de mudar a rotina de profissionais da saúde e pacientes de 26 instituições”.
Para Adriana Melo Teixeira, diretora do departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e Urgência do Ministério da Saúde, o projeto superou as expectativas nos resultados apresentados nos últimos três anos e mudou a cultura da assistência nas instituições participantes. “Nós, enquanto Governo Federal, entendemos que a melhoria dos serviços prestados pelo SUS está em primeiro lugar, relacionado a uma gestão eficiente e humanizada. Por isso, apostamos na ampliação da metodologia Lean e de suas ferramentas para outros ambientes do hospital. Nosso objetivo é qualificar o SUS e salvar vidas!”
A superlotação dos serviços de urgência e emergência nos hospitais do SUS é um fator que impacta todo o sistema de saúde. Além de longa espera, a superlotação causa outros problemas, como o aumento da média de permanência do paciente no hospital, desperdício de tempo e recursos, e menor giro de leitos, como explica Marco Saavedra Bravo, gerente do projeto.
“Algumas ações simples que impactam positivamente os hospitais é a segmentação de fluxo dentro da urgência, definição de tempo de permanência e na tomada de decisão, e também a avaliação de recursos essenciais ao paciente, evitando desperdício de insumos que muitas vezes acontecem. Além disso, o engajamento das equipes dos hospitais é essencial para o sucesso do programa”, afirma.
Desde o início do projeto, em 2018, a iniciativa já passou por 100 hospitais em 24 estados brasileiros. As instituições participantes do Lean nas Emergências são escolhidas pelo Ministério da Saúde junto ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), e são acompanhadas por um período de seis meses.
Principais resultados do projeto Lean nas Emergências
Desde o início do projeto, houve uma redução média de 38% na superlotação (NEDOCS) – entre esse total, pacientes internados reduziram em 41% o tempo de permanência no hospital e pacientes que passaram por serviços de urgência, que não precisaram ser internados, reduziram em 27%. Com base nesses dados, a estimativa é que o projeto viabilize o aumento de quase 30 mil atendimentos por mês pelo pronto atendimento, evitando mais de 6,5 mil mortes.
Números de destaque:
- 21.342 de leitos dos hospitais participantes;
- 12.263 vagas de internação cedidas mensalmente;
- Projeção de aumento nos atendimentos mensais no OS: 29.852;
- Projeção teórica de vidas impactadas: 6.615;
- Profissionais capacitados durante as visitas: 1.485;
- Profissionais capacitados em treinamentos presenciais ou à distância: 1.685;
- Hospitais indicados para participar do projeto: 340;
- Acessos à comunidade: 117.126.