O grupo de extensão ‘Reabilitação Protética Buco Maxilo-facial’, do Centro Universitário Newton Paiva, desenvolveu um projeto pioneiro voltado para auxiliar no tratamento de pessoas com imperfeições faciais intra e extra orais. Trata-se de um manequim exclusivo para auxiliar a confecção de próteses, de modo a facilitar o trabalho dos profissionais e reduzir o desconforto dos pacientes durante este procedimento que, muitas vezes, é decisivo para o aumento da qualidade de vida.
A reabilitação de alterações anatômicas na cavidade oral, geralmente, é um processo desafiador, uma vez que a grande maioria dos pacientes dessa especialidade não apresentam estruturas bucais favoráveis comuns às próteses dentárias convencionais. São pessoas que possuem desconfigurações congênitas ou adquiridas e tem a prótese como uma das principais alternativas para a correção dessas imperfeições.
O professor de odontologia Fernando Porfírio, coordenador do projeto, explica que, geralmente, essa prótese é esculpida levando-se em consideração a anatomia do elemento perdido ou deformado. “É um procedimento trabalhoso, demorado e que depende exclusivamente da habilidade artística do operador. Também é possível obter modelos por meio de escâneres 3D, tomografia computadorizada e ressonância magnética. Porém, essas técnicas infelizmente ainda são de alto custo”, explica.
O grupo, formado por alunos de odontologia da Newton Paiva e pelos professores Fernando Porfírio e Frederico Lage, identificou as deformidades mais comuns e, utilizando ferramentas como brocas, as recriaram em um manequim odontológico sem arcada dentária, que geralmente é usado nas aulas de anatomia. Essas próteses são constituídas por palato, rebordo, dentes artificiais e balão obturador, dependendo do tamanho do defeito maxilar.
Uma das lesões mais comuns que causam deformidades nessa região são as geradas por carcinomas, que são tumores malignos que se originam em tecidos epiteliais, muito comuns no palato e nas glândulas salivares. O grupo conseguiu reproduzir a lesão no manequim e deixá-lo adequado para a prática da confecção da prótese.
Segundo o Fernando, o retorno dos alunos tem sido favorável, e o sucesso também pode ser observado no tratamento dos pacientes que são encaminhados à clínica-escola da instituição pelo SUS. “Os resultados obtidos nessa experiência, que inclusive já estão publicados na revista especializada Interfaces, foram extremamente positivos e impulsionam os pesquisadores a buscarem novos métodos e materiais para auxiliarem na evolução dos profissionais”, finaliza o professor da Newton Paiva.