Protocolo de Obesidade será debatido na Câmara dos Deputados em 6 de julho

Dados da última Pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas, por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2020, alertam que 21,5% dos brasileiros têm obesidade, índice este que chega quase a dobrar quando comparado com os últimos 14 anos. Outra pesquisa feita pelo Ipsos, em 30 países com mais de 22.800 adultos, destaca, que no Brasil, um em cada dois brasileiros engordou e o ganho de pessoa em média foi de 6.1 kg.

Pensando nesta situação, a Coalizão Vozes do Advocacy pediu uma audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa em conjunto com a Comissão de Seguridade e Família para sensibilizar o Ministério da Saúde sobre a importância de rever o Protocolo de Obesidade, publicado em 2020, para que possa efetivamente auxiliar as pessoas com sobrepeso e obesidade.

Neste Protocolo não houve indicação de qualquer medicamento para as pessoas com obesidade, o que prejudica muito a saúde delas, pois parte deste público não consegue emagrecer só com a alteração da alimentação e da inserção da atividade física com auxílio de psicólogo. Além disso, esta audiência também quer destacar que a obesidade é uma doença e não um fator de risco, como está descrito.

A obesidade é uma doença crônica, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. O seu tratamento precisa ser de longa duração. Para além do controle, é preciso evitar outras complicações que aparecem com o tempo e resultam em uma menor expectativa de vida. Nas crianças e adolescentes, o excesso de peso costuma causar principalmente doenças do coração, Diabetes Mellitus tipo 2 e problemas psicológicos. Quem tem obesidade na infância tem muito mais chance de se tornar um adulto com obesidade.

A condição não é simplesmente uma consequência da falta de força de vontade. Por causa de uma série de fatores (hormonal, inflamatório, medicamentoso, genético), pessoas com obesidade não costumam ficar satisfeitas com a mesma quantidade de comida que as pessoas de peso considerado adequado. Se elas emagrecem, o cérebro entende que o corpo precisa poupar energia, o que acaba ajudando a ganhar peso de novo.

A audiência pública ocorrerá remotamente na Câmara dos Deputados no dia 6 de julho, às 15, no Plenário 12, no Anexo II. O pedido para realização da audiência foi apresentado pela deputada Flávia Morais e apresentado pelo deputado Zacharias Calil e terá a participação da deputada Carmen Zanotto.

Estarão presentes Vanessa Pirolo – Coordenadora da Associação Botucatuense de Assistência ao Diabético e da Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e em Obesidade, Sandra de Castro Barros – Secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, do Ministério da Saúde; Dra. Cintia Cercato – Presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica – ABESO; Dr. César Luiz Boguszewski – Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM; Luis Fernando Villaça Meyer – Diretor de Operações do Instituto Cordial/Painel Brasileiro da Obesidade (PBO) e Antônio Carlos Valezi, Presidente Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Para acompanhar o debate, as pessoas poderão acessar, no dia 6 de julho, às 15h, o link: edemocracia.camara.leg.br/audiencias/sala/2739.

Referências:

*Federação Internacional de Diabetes: diabetesatlas.org

**Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2020: www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigitel/relatorio-vigitel-2020-original.pdf

Redação

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