Relação humanizada com paciente é essencial ao exercício da medicina

Em outubro, é comemorado o Dia do Médico (18) e dados do último estudo demográfico médico do Conselho Federal de Medicina (CFM) mostram que nos últimos 10 anos, o Brasil viu aumentar em 171% a procura por uma especialidade antiga e necessária: a de médico da família e comunidade. A importância de conhecer de perto as necessidades e adversidades vivenciadas pelo paciente ficou ainda mais evidente com as incertezas trazidas pelo Coronavírus. A pandemia de Covid-19 ressaltou ao mundo a importância da atenção à saúde humanizada. Para além do conhecimento científico, fundamental ao exercício da Medicina, as habilidades de se colocar no lugar do outro, buscar novas abordagens clínicas onde a pessoa sob cuidado seja o centro da atenção do profissional médico e não apenas a sua doença ou necessidade. Que tenham habilidade em trabalhar em equipe e com uma escuta atenta que foi essencial no enfrentamento da pandemia.

A Inspirali, vertical de Medicina da Ânima Educação, tem a humanização na atenção à saúde prestada pelo médico, um de seus pilares de ensino. Uma das ações que traduz este pilar, já incorporada como atividade prática e de extensão universitária, é o Projeto Missão Amazônia, cuja expedição inaugural aconteceu entre os meses de setembro e outubro deste ano.

Por quinze dias, 30 estudantes de 6 diferentes instituições de ensino superior – Universidade Potiguar/UnP (RN); Universidade Salvador/Unifacs (BA); Centro Universitário de Belo Horizonte/UniBH (MG); Universidade São Judas (SP); Universidade Anhembi Morumbi (SP) e Universidade do Sul de Santa Catarina/UniSul (SC) –, supervisionados por 10 professores, embarcaram em um barco-hospital e prestaram atendimento médico a 19 comunidades ribeirinhas do rio Tapajós, no Oeste do Pará. Ao todo, foram mais de 2 mil atendimentos e 34 cirurgias. O resultado foi uma grande experiência tanto para os futuros médicos quanto aos professores.

“Saímos do nosso conforto e fomos atender debaixo das árvores, para o conforto dos pacientes, escutando-os e sempre perguntando: o que você faz quando isso acontece? Que chá você toma? Que óleo você passa? O que está na sua realidade para que eu, como médica, possa adaptar seu cuidado/tratamento a ela?”, lembra Mariane de Araújo Rego, estudante do 10º semestre da UnP – Universidade Potiguar (RN), que participou da expedição.

Durante a expedição, por exemplo, os missionários atuaram no hospital de Belterra realizando atendimentos nas Unidades básicas de Saúde com Medicina de família e comunidade, pediatria e no Pronto-socorro realizando cirurgias, inclusive partos cesáreos.

“Foi uma experiência única tanto afetiva quanto profissionalmente”, comemora a Professora Doutora Lena Peres, diretora de Formação e Desenvolvimento Docente da Inspirali e uma das líderes da expedição. “Para mim surpreendeu o mergulho profundo de comprometimento dos alunos e professores com as pessoas sob cuidado e comunidades/cidade que estivemos. Eu achava que todos os estudantes iam se envolver, mas eles mais do que se envolveram, eles interferiram na realidade: aprenderam, ensinaram e questionaram. Todos os tipos de problemas atravessaram nossa missão os tocaram e os mobilizou a reflexão e a construção de possíveis soluções, caminhos. Isso foi belo de acompanhar e assistir”, finaliza.

“A pandemia nos mostrou que o exercício da escuta nos atendimentos é fundamental. Mesmo diante de tanta tecnologia, ouvir o paciente e conhecer sua realidade mostrou-se importante para um diagnóstico preciso. No Dia do Médico, meu desejo é que todos os profissionais, em particular os recém-formados, tenham esse cuidado com o paciente”, afirma o médico e professor Rodrigo Nunes, que também liderou a expedição.

Para a aluna do 7º semestre da UNIFACS – Universidade Salvador (BA) Bruna Campos Carvalho, participar da Missão foi mais benéfico do que podia imaginar. “Antes da viagem eu sabia que ia agregar, só que eu achava que eu ia agregar mais a eles levando conhecimento e orientações médicas. E aí, eu vi que não. Eu estava ganhando muito mais, estava recebendo muito mais do que eu podia dar”.

Para 2023, já estão previstas mais seis expedições na região. O Projeto Missão Amazônia passa a ser uma atividade constante disponibilizada aos estudantes de Medicina da Inspirali.

“Esse é um projeto do tamanho do nosso propósito. Queremos mudar o Brasil pela saúde e pela educação e, para isso, nada melhor do que conhecer a realidade do nosso país e ver, de perto, as necessidades do outro. Tenho certeza de que essa experiência vai marcar a trajetória profissional e a vida desses futuros médicos”, diz o diretor médico da Inspirali José Lúcio Martins Machado.

Redação

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