Dados divulgados no relatório Global Gender Gap Report e apresentados pelo Fórum Econômico Mundial, mostram que a desigualdade de gênero global só acabará em 132 anos.
No documento, o Brasil ocupa o 94º lugar do ranking, que inclui 146 nações, quando aos avanços obtidos nesta agenda. “Uma realidade que estamos mudando hoje para que as próximas gerações não se vejam diante de um cenário tão adverso”, destaca Margareth Goldenberg, CEO do Movimento Mulher 360.
Ainda de acordo com o report, no Brasil, onde elas somam mais de 108 milhões de pessoas e representam 51% da população, houve uma ligeira evolução, em comparação com o levantamento feito em 2021. Outro indicador de esperança listado no documento é a redução do desequilíbrio das oportunidades oferecidas para elas e eles.
Por outro lado, os avanços desta agenda são indiscutíveis, observa a CEO. “Temos números que reforçam o aumento de estratégias internas para equidade de gênero, o que nos permite dizer que as empresas compreendem que hoje que equidade não se trata apenas de uma questão de justiça social. É um valor ímpar para impulsionar negócios e cabe às organizações se manterem ativas na adoção de medidas que ajudem a reduzir a desigualdade”, explica.
Atuação da iniciativa privada pode fazer a diferença
Cada vez mais pertinente, a equidade de gênero vem conquistando patamar de prioridade na agenda estratégica das organizações. Para além dos avanços das métricas em favor da ascensão feminina, a pauta reflete também a importância da agenda ESG para as empresas e o amadurecimento das políticas de diversidade e inclusão, dentro das companhias globais.
No Brasil, onde elas representam 51% da população, o fomento ao potencial feminino já é uma realidade na força de trabalho das marcas e inspira práticas que dão a elas oportunidades reais de se tornarem protagonistas de suas carreiras. Um exemplo bem sucedido vem de Brasília, o Grupo Sabin. A empresa, fundada por duas mulheres e presidida pela executiva Lídia Abdalla, possui mais de 6.700 colaboradores e indicadores que são vitrines para o mercado nacional.
Um dos maiores players do setor, a companhia é reconhecida também pela cultura organizacional bem direcionada e diferenciada. Com 78% dos cargos ocupados por mulheres e com 74% cargos de liderança com elas à frente, a empresa é referência pela gestão pautada nos valores da diversidade e inclusão para a promoção de um ambiente saudável.
O protagonismo feminino está na gênese do Grupo, fundado pelas bioquímicas Janete Vaz e Sandra Soares Costa, em 1984. As duas lideram o Conselho de Administração, órgão máximo da governança corporativa do Grupo. Para o comando da gestão dos negócios, foi eleita, em 2014, Lídia Abdalla, que começou no Sabin como trainee em 1999.
“A valorização dos nossos colaboradores está no centro das nossas ações, direcionando programas e políticas que fomentam o ambiente harmônico e diverso, proporcionando a troca de experiências entre profissionais dos mais diferentes perfis e, principalmente, na força para o protagonismo da mulher em todos os seus papéis na sociedade”.
Signatário dos 7 Princípios de Empoderamento das Mulheres, da ONU Mulheres, desde 2016, e há três anos engajado ao Movimento Mulher 360, O Sabin adota práticas internas e externas para inspirar e influenciar a sociedade na construção de um contexto empresarial ético, que valoriza a diversidade e o empoderamento feminino. De dentro para fora, temas como diversidade, inclusão e sustentabilidade compõem programas que geram oportunidades iguais.
“É perceptível que nos últimos anos o mercado nacional caminhou rumo ao avanço dessa agenda. As empresas vivenciaram os ganhos de investir em uma gestão mais igualitária e as vantagens de um ambiente plural, que aumenta o potencial de inovação da empresa. De fato, ainda há muito a avançar, mas temos forças reunidas contra a desigualdade e acredito que seguiremos evoluindo”.
Além do reconhecimento pelas iniciativas que reafirmam as diferentes formas de ser mulher e empoderá-las, o Sabin também investe em formas de gestão que ampliam a representatividade e desconstroem estereótipos. A presidente explica que esta é uma das prioridades da agenda ESG da empresa na condução dos investimentos contínuos que seguem as diretrizes do modelo de negócio, no âmbito da governança, em ações de sustentabilidade e no contexto social.
“Estimular um ambiente corporativo mais harmônico não é apenas sobre negócios, é também sobre pessoas. Temos desafios sociais e econômicos a serem superados e é essencial que esta seja uma luta de todos para que os conceitos de diversidade e inclusão transcendam projetos e estejam presentes nos princípios das organizações”, conclui.