Retinoblastoma: diagnóstico precoce do tumor ocular infantil garante índices elevados de cura

A identificação de doenças raras que, muitas vezes, causam pouco ou nenhum sintoma, permite a prevenção de perdas visuais. Por isso, o teste do olhinho é feito ainda no berçário nos primeiros dias de vida em todos os bebês. Nos casos de prematuridade ou se existir uma malformação associada, o exame oftalmológico é ainda mais importante e deve ser mais completo, além de executado por um oftalmologista. No Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma, comemorado em 18 de setembro, incentivar a aplicação dos exames já nos primeiros dias de vida é fundamental.

O retinoblastoma é um tipo de tumor infantil, raro e maligno. Localizado na retina, no fundo do olho, tem um pico de incidência aos dois anos de idade. Apesar de ser uma doença grave, possui sintomas silenciosos. “Às vezes, nada se observa externamente, então leva-se um tempo para que os adultos notem que existe algo de errado nos olhos da criança. Por isso, é importante o exame oftalmológico preventivo. Há o tratamento para esse tumor, mas é importante que se detecte precocemente, para que ele possa ser realizado a tempo de salvar a vida e preservar a visão da criança”, orienta a dra. Juliana Sallum, head de oftalmogenética da Dasa Genômica, braço de genômica da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil.

Sintomas e tratamento

Alguns dos sinais da doença são a pupila branca e o reflexo de ‘olho do gato’, que acontece quando a pupila da criança tem coloração normal, mas fica esbranquiçada nas fotos, em vez de ficar avermelhada. Também é preciso ficar atento para a presença de estrabismo e inflamação dos olhos, pois são sintomas que podem chamar a atenção para existência de um retinoblastoma. “Então, em qualquer sinal diferente, deve-se levar as crianças imediatamente ao oftalmologista para um exame”, ressalta Dra. Juliana.

O tratamento do tumor envolve várias opções terapêuticas associadas, como a quimioterapia, a cirurgia e o laser. Todas requererem um acompanhamento multiprofissional em um centro especializado. Com o tratamento adequado, aplicado no início da doença, o retinoblastoma tem um índice elevado de cura.

Diagnóstico precoce e acompanhamento

Logo ao nascimento, é importante que a criança tenha seus olhos examinados no berçário, para analisar se a estrutura dos olhos está bem formada e se a luz é capaz de atingir a retina. A partir daí, já é possível identificar doenças oculares que podem ter tratamento iniciado imediatamente, aumentando as chances de cura e evitando sequelas.

Depois disso, no primeiro ano de vida do bebê, os pais devem levar a criança ao oftalmologista para avaliar se ela está conseguindo fixar o olhar nos objetos, e se é capaz de acompanhar o deslocamento deles com os olhos. “Os exames durante a infância permitem identificar se existe algum problema na saúde ocular, incluindo a avaliação que pode descartar a possibilidade de um retinoblastoma e de outras doenças da primeira infância. No decorrer do crescimento, as crianças devem realizar exames oculares periódicos”, afirma.

“Os pediatras costumam lembrar os pais de levar as crianças ao oftalmologista. Muitas escolas, antes da alfabetização, pedem que os pais levem as crianças para um exame ocular, com o intuito de saber se há algum problema que possa dificultar o aprendizado. São orientações que não podem ser descartadas, pois possibilitam identificar doenças assintomáticas, e permitem um tratamento adequado, minimizando sequelas graves”, finaliza a Dra. Juliana.

Redação

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