A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS) realizou, em outubro, 55 transplantes de órgãos. Em relação ao mês de setembro, quando a instituição realizou 36 procedimentos, o aumento registrado foi superior a 50%. Neste ano, devido à pandemia, os números ficaram muito abaixo do esperado tanto por especialistas da área, quanto por quem mais depende de um novo órgão para sobreviver: os pacientes. Para garantir mais segurança aos seus pacientes, em 16 de julho, a Santa Casa optou por restringir os transplantes de órgãos, mantendo somente a realização daqueles que fossem de urgência. Em 13 de agosto foram retomados os transplantes eletivos pediátricos e, em 02 de setembro, a instituição voltou a realizar transplantes de adultos e crianças, tanto de urgência quanto eletivos.
De acordo com o diretor médico da Santa Casa Antônio Nocchi Kalil, dois aspectos foram fundamentais para esta retomada bem sucedida dos transplantes: a desaceleração dos casos de Covid e as campanhas de conscientização que tradicionalmente ocorrem no mês de setembro. “Certamente, estes fatores foram decisivos para que tivéssemos esse importante aumento na realização dos transplantes, tendo um mês de outubro até melhor do que fevereiro, antes da pandemia chegar ao país. Também precisamos valorizar e agradecer a solidariedade das famílias que, em um momento de dor, disseram ‘sim’ para este importante ato que salva vidas”, explica Kalil.
Desde janeiro, a Santa Casa realizou 419 transplantes de órgãos, sendo 64 em janeiro, 51 em fevereiro, 58 em março, 32 em abril, 42 em maio, 38 em junho, 24 em julho, 19 em agosto, 36 em setembro e 55 em outubro. No mesmo período do ano passado, a instituição realizou 536 procedimentos e, ao todo, em 2019, foram 648 transplantes de órgãos.
No Banco de Pele da Santa Casa, o mês passado também superou as expectativas. Após os estoques de tecido chegarem perto de zero nos meses mais críticos da pandemia, outubro resultou em cinco captações de pele. Desde o início do ano, o Banco de Pele disponibilizou 32.087 cm² de pele e realizou 25 envios de tecido para o tratamento de grandes queimados em diversos hospitais do país. No atual cenário, o Banco dispõe de um estoque de 803 cm², sem contabilizar o que ainda será processado das captações decorrentes de outubro.
Atualmente, mais de 40 mil pessoas aguardam por um transplante de órgão no país. Para reduzir esta fila, é necessário ampliar a conscientização das pessoas sobre a importância do tema para que avisem seus familiares que, quando falecerem, desejam doar seus órgãos e salvar até oito vidas.