São Paulo: Rede Municipal de Saúde amplia Teste do Pezinho

O Teste do Pezinho para bebês nascidos nos hospitais e maternidades públicos no município de São Paulo foi ampliado pela Rede Municipal de Saúde. O Instituto Jô Clemente (IJC), antiga APAE de São Paulo, é um Serviço de Triagem Neonatal (SRTN) credenciado pelo Ministério da Saúde (MS), responsável pela capacitação técnica, referente aos exames, técnica de coleta e logística de envio da amostra, realização do teste e liberação do laudo, busca ativa, realização de exames confirmatórios, apoio médico aos resultados de exames e da primeira conduta terapêutica e aconselhamento genético dos casos diagnosticados na triagem ampliada, que deverão ser tratados e acompanhados pela rede municipal de Saúde.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) institui os protocolos de tratamento e acompanhamento dos pacientes diagnosticados na rede municipal de Saúde, a fim de garantir a jornada do paciente e assegurar toda a linha de cuidado em todas as suas etapas, de acordo com a idade ideal da criança para o início do tratamento e acompanhamento, conforme cada doença.

O Teste do Pezinho Ampliado detecta doenças genéticas, congênitas, infecciosas e erros inatos do metabolismo e da imunidade. Antes, era possível detectar apenas as doenças Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Anemia Falciforme e demais Hemoglobinopatias, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência Biotinidase. A partir desta segunda quinzena de dezembro, doenças como Toxoplasmose, Galactosemias e outras passarão a fazer parte da triagem de até 50 patologias no mesmo bebê, conforme a testagem realizada e a necessidade. Para isso, será necessária adequação nos fluxos para atender às necessidades das novas doenças identificadas: coleta, recoleta, exames confirmatórios, busca ativa e capacitação da rede.

Como os 8.700 bebês/mês nascidos mensalmente no município de SP pelo SUS deverão passar pela triagem neonatal ampliada, a Prefeitura passará a realizar até 52.200 exames/mês para esse público. De acordo com a pediatra e diretora do departamento de Apoio à Atenção à Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, Athene Maria de Marco Mauro, “a ampliação do exame de Pezinho vai proporcionar que façamos o diagnóstico precoce dessas doenças, evitando danos relacionados ao desenvolvimento neuropsicomotor, sequelas, internações e óbitos. Com isso, poderemos reduzir a morbimortalidade infantil e proporcionar qualidade de vida para as crianças e suas famílias”.

Para Sônia Marchezi Hadachi, supervisora do Laboratório do Instituto Jô Clemente, o maior do Brasil em número de exames do Teste do Pezinho realizados, essa é uma conquista muito importante. “O Teste do Pezinho Ampliado assegura o diagnóstico precoce e o tratamento adequado aos bebês a tempo de evitar sequelas à saúde da criança. É importante frisarmos que há doenças que, se não detectadas a tempo, podem provocar a deficiência intelectual, trazer problemas de saúde graves ou até mesmo evoluir para o óbito”, diz.

Por recomendação técnica, a coleta deve ocorrer após 48h01min após o nascimento nas maternidades públicas e, em alguns casos, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), para a coleta de exames reconvocados e no laboratório do SRTN IJC para as coletas dos confirmatórios, garantindo o máximo de cobertura. O material coletado é encaminhado ao IJC, onde os exames são processados no laboratório da unidade matriz.

Atualmente, a Organização é responsável pela realização da triagem de 80% dos bebês nascidos na capital paulista e 67% dos recém-nascidos do Estado de São Paulo, por meio do SUS (293 mil) e de maternidades e hospitais privados (103 mil, sendo 28% de testes ampliados).

O Laboratório do Instituto Jô Clemente já triou, desde 1976, quando implementou o Teste do Pezinho no Brasil, mais de 16,5 milhões de crianças brasileiras. Somente em 2019, foram triados 395.281 bebês na Instituição, totalizando 2.635.283 exames.

Redação

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