O estoque de emprego na cadeia privada de saúde registrou o maior número do ano em novembro de 2020. Dos 4,3 milhões empregados no setor de saúde, 3,4 milhões eram vínculos do segmento privado com carteira assinada, o que representa 78% do total. É o que aponta o “Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde”, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Na comparação de 3 meses, entre agosto e novembro de 2020, o setor de saúde privado cresceu 1,1%, enquanto o público teve redução de 1,1%. A maior queda na saúde pública ocorreu na região Norte, com baixa de 2,6%.
Para José Cechin, superintendente executivo do IESS, os números reforçam a importância que a cadeia da saúde suplementar tem sobre o mercado de trabalho brasileiro. “O setor privado de saúde tem apresentado desempenho consistente no segundo semestre de 2020, com saldo de emprego positivo desde maio do ano passado. No acumulado do ano, até novembro, acrescentou aproximadamente 130 mil postos de trabalho formal à economia nacional”, comenta. “O que equivale a 37% do saldo acumulado em todos os setores”, acrescenta o executivo.
De janeiro a novembro de 2020, o subsetor que mais gerou empregos na cadeia da saúde privada foi o de Prestadores, com saldo acumulado de mais de 105 mil postos formais, enquanto o de Fornecedores registrou saldo positivo de mais de 22 mil vagas. As Operadoras tiveram saldo acumulado de 1,1 mil, sendo o primeiro positivo desde março de 2020, o que pode ser indicativo de retomada do emprego nesse subsetor.
No intervalo de três meses, entre agosto e novembro de 2020, o mercado de trabalho total cresceu 2,8%, mas se excluir os empregos gerados na cadeia da saúde, a alta foi de 3,1%. “Isso porque o setor público tem registrado sucessivas quedas. Ainda assim, o setor privado tem compensado as baixas, tornando o saldo da cadeia da saúde positivo como um todo”, analisa Cechin. “A região Sudeste, por exemplo, perdeu, em novembro, 6,7 mil vagas na esfera pública, contrastando com o desempenho do segmento privado nessa região, com saldo positivo de 13 mil postos de trabalho”, completa.
No comparativo de três meses, houve redução de 1,3% no total do emprego na esfera estadual da saúde pública, resultado do desempenho de três regiões. O Centro-Oeste registrou baixa de 5,6%, enquanto Norte e Sudeste tiveram queda de 4,3% e 2,0%, respectivamente.
No âmbito federal, a cadeia da saúde apresentou variação negativa de 6,3%, puxada pela região Sudeste, com queda de 10,5% e Nordeste, com baixa de 5,9%. Já os dados das secretarias de saúde dos municípios coletados até o momento contabilizam 488.973 mil empregos na saúde, resultado de um crescimento de 0,1% em relação a agosto de 2020.
Não existe no Brasil uma base de dados que disponibiliza o total de pessoas empregadas no serviço público municipal na área de saúde. O IESS está levantando informações do emprego na saúde nos sites de cada prefeitura. Até o momento o Instituto conseguiu dados de 292 municípios, cuja população representa 55,8% da população nacional.
A íntegra do boletim pode ser acessada por meio do link bit.ly/Emprego_IESS