SBGG realiza oitavo ciclo de debates sobre os reflexos da pandemia em idosos

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) realizou o oitavo episódio do fórum SBGG e Debate – Pandemia Covid-19, realizado em parceria com a GSK. O tema do último episódio da série foi “Erros e acertos da pandemia – Um futuro diferente?”.

A live foi mediada pela Dra. Maisa Kairalla, Coordenadora da comissão especial Covid-19 SBGG, contando com a participação de especialistas presentes em regiões distintas do país. A Dra. Maisa Kairalla abriu o debate lembrando que no primeiro episódio desta série haviam 24 mil mortes notificadas. Já neste oitavo episódio, “temos um maracanã de brasileiros mortos. Passamos dos 80 mil casos, notificados”, fez questão de salientar.
A Dra. Ivete Berkenbrock, médica geriatra e 1ª vice-presidente da SBGG, direto de

Curitiba, apontou os possíveis erros e acertos cometidos no início da pandemia. Sobre a eficácia de um lockdown total, Dra. Ivete afirma: “Não tem como responder essa pergunta, pois a pandemia veio em ondas, começou em São Paulo, foi para os estados da região norte, e agora está na região sul. O maior erro, na minha opinião, foi a desinformação que fomos submetidos desde o primeiro dia de pandemia, que veio de nível superior”.

Em Fortaleza (CE), Dr. Jarbas Roris, membro da Comissão Covid-19 SBGG, apontou mais um possível erro cometido no início da pandemia. “A demora, a lentidão de tomar decisões e iniciativas que poderiam ser precocemente introduzidas. Vimos em alguns países que o uso de máscaras foi estimulado bem cedo, enquanto que aqui, não se recomendava o uso generalizado de máscaras ou até mesmo a confecção de máscara de tecido. Essas atitudes poderiam ser introduzidas mais cedo”.

Outros fatores como a politização da pandemia, a escassez de testes e a falta de um discurso unificado entre os poderes também foram apontados pelos especialistas, entre eles a Dra. Karla Giacomin – Coordenadora da frente nacional de fortalecimento ao ILPIs – e a Dra. Vania Herédia – Socióloga e 2ª Vice-Presidente da SBGG.

Especificamente sobre a situação dos idosos, os participantes do debate apontaram o afastamento que essas pessoas estão submetidas, o esgotamento físico e mental provocados pelo isolamento prolongado, as condições sociais distintas de cada idoso e como isso deve ser encarado de maneira peculiar, e até mesmo o caso de hostilidade sofrida por alguns idosos quando vistos nas ruas.

Dois consensos entre os especialistas são a necessidade desses idosos retornarem, com todos os cuidados e precauções possíveis, ao convívio social; e a dificuldade de se ter uma orientação unificada em um país com dimensões continentais como o Brasil e que passa por momentos epidemiológicos distintos.

“Na prática, é difícil você regular para o País inteiro, os momentos epidemiológicos são diferentes, então não dá para regular tudo. Ao mesmo tempo, não dá para você negar os riscos que são inerentes. A saída é avaliar caso a caso, com toda cautela, a máxima segurança possível, mas também com muita humanidade”, afirma a Dra. Karla Giacomin.

Já sobre o futuro, houve divergência entre os que acreditam e os que não acreditam na melhoria de relações entre os indivíduos após a pandemia. Porém, todos foram unânimes em ressaltar a importância da ciência e das entidades públicas como as universidades e o sistema de saúde.

Dra. Maisa Kairalla terminou o ciclo de debates fazendo um apelo: “Peço que não acreditem em Fake News, procurem sociedades sérias como a nossa, vamos em frente com resiliência, humanismo e a certeza de dias melhores”.

Redação

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