Segurança do paciente: “Errar é humano”

Da esquerda para a direita, a superintendente assistencial do Hospital Moinhos de Vento, Vania Röhsig, o diretor médico da Johns Hopkins Medicine International, Daniele Rigamonti, o chefe do Serviço de Cirurgia Geral do Moinhos, Artur Seabra, e a coordenadora de Qualidade e Segurança da instituição, Aline Brenner. Foto: Leonardo Lenskij

Enquanto as grandes organizações têm como meta o erro zero, a elite das instituições de saúde no mundo quer conhecer possíveis problemas e erros para aumentar a segurança e a qualidade dos seus serviços. De acordo com o diretor médico da Johns Hopkins Medicine International, Daniele Rigamonti, desde a publicação do relatório To Err Is Human (Errar é humano) pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos, em 1999, pouca coisa mudou. Falhas no cuidado médico-assistencial são a terceira principal causa de morte naquele país.

O médico responsável por todos os hospitais afiliados à Hopkins no mundo foi a Porto Alegre (RS) para o Simpósio de Qualidade e Segurança, realizado na última semana em conjunto com o Hospital Moinhos de Vento, único com esse status no Brasil. Rigamonti destacou a escolha pelo Moinhos para sediar o evento pela transparência e ações de segurança do paciente. “O Hospital Moinhos de Vento, entre os afiliados, é o que me abastece com os dados e relatórios mais transparentes, porque acredita na segurança e promove essa cultura. As equipes admitem que falhas e eventos adversos podem ocorrer, registram os erros, buscam entender por que aconteceram e possuem planos e estratégias de prevenção. Em grande parte das instituições, em qualquer lugar do mundo, as pessoas não assumem essa responsabilidade de trabalhar juntas para prevenir incidentes. Elas têm medo de falar que algo pode dar errado”, afirmou o médico.

Entre as medidas que fazem da instituição gaúcha uma referência está o check list de cirurgia segura. A conferência dos processos, instrumentos, medicações e materiais nos moldes dos realizados por pilotos de avião e em operações de usinas nucleares é feita sempre pré e pós procedimento. “Somos experts e uma referência nacional na área. E segurança do paciente é comportamento, é treinamento, é protocolo, é cultura. Queremos compartilhar e perpetuar essa cultura com todos os profissionais, de todos os hospitais, para garantir os melhores desfechos aos pacientes”, pontuou o chefe do Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Moinhos de Vento, Artur Seabra.

No Brasil, estima-se que 67% das falhas no cuidado e erros médicos poderiam ser evitados. Por meio do projeto Paciente Seguro, do PROADI-SUS, o Moinhos treina e presta consultoria e apoio na implementação de processos e protocolos de segurança do paciente em mais de 50 hospitais públicos de todo o Brasil. Entre 2015 e 2020, a iniciativa reduziu em 72% as quedas de pacientes, em até 21% a prevalência de lesões por pressão e aumentou em 56% a adesão à higiene de mãos — importante medida para prevenção de infecções relacionadas à saúde.

Redação

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