“Ser fonoaudióloga é a melhor escolha que já fiz na vida”, conta profissional

Antes da pandemia, as atividades eram em grupo, agora são online ou individuais

Responsáveis por auxiliar os pacientes na recuperação da comunicação, melhoria da audição, escrita, fala, voz e motricidade orofacial, os profissionais da fonoaudiologia do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), de Jundiaí (SP), possuem diversas histórias de superação e têm muito do que se orgulhar no dia da profissão, comemorado nesta quarta-feira, 9 de dezembro. Formada por cinco especialistas, a equipe do hospital atua na instituição de forma abrangente, atendendo pacientes internados em diferentes unidades.

A atuação acontece durante a internação hospitalar, nas clínicas e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), internação domiciliar e ambulatório para pacientes com diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço, sendo o fonoaudiólogo membro da equipe multidisciplinar, com o objetivo de identificar precocemente pacientes com risco de broncoaspiração, avaliação e reabilitação dos pacientes com disfagias orofaríngeas e esofágicas, entre outros problemas, contribuindo desta forma, para a redução das taxas de infecção como a pneumonia aspirativa, desmame de sonda nasoenteral com o reestabelecimento da alimentação por via oral e alta hospitalar mais precoce, auxiliando significativamente para melhoria da qualidade de vida dos enfermos.

No São Vicente, a maioria dos pacientes que necessitam desse cuidado são vítimas de acidentes. A atuação fonoaudiológica hospitalar baseia-se principalmente nos distúrbios da deglutição, sendo os principais diagnósticos o acidente vascular cerebral (AVC), trauma cranioencefálico (TCE), demências, tumores cerebrais, doenças neuromusculares, cirurgias de sistema nervoso central, pacientes com rebaixamento do nível de consciência ou sonolência excessiva, entre outros.

“Dentro do hospital os pacientes apresentam alterações agudas dos mais variados graus de severidade em virtude de tempo prolongado de intubação, as quais se não identificadas e tratadas em tempo hábil por um profissional qualificado, podem aumentar as taxas de mortalidade. No consultório, normalmente, os pacientes estão clinicamente mais estáveis e demandam atuação de menor complexidade. Temos um serviço de atendimento ambulatorial para pacientes com diagnóstico, em tratamento e ou tratados do câncer de cabeça e pescoço para restabelecimento das funções de deglutição e comunicação”, conta Dhyanna Suzart, fonoaudióloga.

O paciente Dorival de Aveiro, de 59 anos, foi diagnosticado com câncer de laringe e precisou dos cuidados da equipe após a realização do procedimento de traqueostomia. A esposa, Marta Maria de Carvalho Aveiro, evidenciou a importância do trabalho desenvolvido pelas profissionais no caso do marido. “Graças a Deus ele está super bem, a rotina no inicio foi bem dificultosa por conta das mudanças, mas agora ele está ótimo, faz tudo sozinho e está feliz. As fonoaudiólogas são maravilhosas, e já as consideramos como se fossem da nossa família. Todo esse cuidado fez muita diferença para nós”.

“Ser fonoaudióloga é a melhor escolha que já fiz na minha vida. Nosso trabalho dentro do ambiente hospitalar envolve funções que são pilares da qualidade de vida: comer e falar. Poder ofertar o primeiro gole de água para alguém que passou dias intubado usando uma sonda, ou o primeiro alimento de alguém que está em um tratamento oncológico agressivo, poder ajudar pessoas a pararem de engasgar e se alimentarem com prazer novamente, poder ser a primeira pessoa a ouvir a voz daquele paciente que passou dias traqueostomizado, enfim, tudo isso tem um valor que não é mensurável. É um privilégio poder tocar tantas vidas e participar de tantas histórias todos os dias. Ser fonoaudióloga é muito mais do que reabilitar: é aprender todos os dias com nossos pacientes a valorizar as coisas mais simples da vida”, finaliza emocionada a fonoaudióloga, Bruna Fulachi.

Redação

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