No Brasil, a doação de órgãos e tecidos pode ser realizada somente mediante autorização da família do paciente. E, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no ano passado, 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica, o que reduz e atrapalha o transplante e a doação de órgãos. Para a Dra. Maria Fernanda Carvalho de Camargo, diretora da Nefrologia e Transplantes da rede Americas, a falta de abordagem sobre o tema dentro dos lares e de conhecimento ainda são os grandes vilões que impedem o crescimento de captação de órgãos no país.
Instituída desde 2014, a campanha Setembro Verde tem o objetivo de estimular e conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos. “Precisamos aproveitar esse mês para promover a reflexão e esclarecer o público em geral sobre a doação de órgãos e tornar esse assunto recorrente dentro dos lares, porém com ações durante todo o ano. Do outro lado, tem alguém ou uma família inteira esperando uma ligação para fazer um transplante”, ressalta. A médica lembra que apenas um doador pode salvar até 11 pessoas e isso tem um valor inestimável para quem aguarda há meses ou até anos na fila de espera da Central Nacional de Transplantes. Mais de 50 mil pessoas estão na espera por um órgão no país, segundo a ABTO. A entidade estima que cerca de sete delas morrem enquanto aguardam.
Em 27 de setembro, é lembrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos, data marcada por movimentos de conscientização para informar e orientar sobre a importância de se declarar um doador de órgãos em vida, informando claramente para a família. Apesar da data ter sido instituída há mais de 15 anos, o assunto ainda é polêmico e de difícil entendimento para uma grande parcela da população, principalmente, sobre a morte encefálica. De acordo com estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), muitas pessoas não sabem do que se trata. Morte encefálica ou morte cerebral significa a inexistência de qualquer função cerebral, um quadro considerado irreversível pela classe médica, quando os órgãos podem ser doados com autorização dos familiares.
Centro Excelência Transplantes Americas
No ano de 2021, o Centro de Excelência de Nefrologia e Transplantes Americas registrou 320 procedimentos de diversas modalidades em suas unidades transplantadoras, com predominância dos transplantes renal (rim), de medula óssea e de córnea. Todos os hospitais, localizados em São Paulo (Samaritano Higienópolis), Rio de Janeiro (Samaritano Botafogo, Samaritano Barra, Vitória e Pró-Cardíaco), Fortaleza (Monte Klinikum) e Recife (Santa Joana) seguem os mesmos protocolos e indicadores de qualidade. “Mantemos uma abordagem integrada em nossas unidades médicas credenciadas com o intuito de assegurar o melhor cuidado ao paciente”, frisa a especialista.
A rede Americas apoia e promove iniciativas para divulgação e conscientização de seus públicos sobre o ato de doar. “Doação de Órgãos, um abraço pela vida!” Esse é tema da campanha Setembro Verde deste ano do Americas voltada a pacientes, médicos e colaboradores das unidades médicas e realizada por meio de ações, comunicação em redes sociais, iniciativas de relacionamento e apoio das lideranças de todas as áreas da empresa.