Sistema de aquecimento da água do Hospital Badim evita contaminação por bactérias

Você sabia que a água que sai de torneiras e chuveiros, especialmente aquela que circula por grandes tubulações, pode transmitir doenças? Para oferecer total segurança a seus pacientes e funcionários, o novo Hospital Badim, no Rio de Janeiro (RJ), implementou um sistema moderno de aquecimento da água que ajuda no combate a bactérias que podem comprometer a saúde. A principal delas é a Legionella, que se acumula nas tubulações e pode ser inalada através de gotículas da água contaminada que saem de chuveiros e pias, podendo afetar os pulmões e causar pneumonia e sintomas parecidos com os da gripe.

Inovação é usada na Europa 

Ainda na concepção do projeto da unidade, inaugurada em julho, foi escolhido um sistema hidráulico da empresa italiana Caleffi, muito utilizado em hospitais e hotéis europeus. Em períodos pré-programados durante o dia, uma válvula, que fica na central de aquecimento de água, é responsável por liberar um grande volume de água quente com temperatura entre 65 e 70 graus, bem superior à de consumo. Essa água circula no anel de distribuição, eliminando a possibilidade de proliferação da Legionella. As tubulações, em geral, conduzem água morna, entre 40 e 50 graus, e esse é o ambiente propício para a proliferação dessa bactéria.

“Todo o sistema de água quente que instalamos no novo complexo é do mesmo fabricante e, além da válvula que abre a água aquecida em uma temperatura maior, temos válvulas de segurança nos pontos de consumo que garantem que a água que sai das torneiras e chuveiros não exceda o limite programado e provoque queimaduras no consumidor. A água fica mais quente na tubulação, faz a desinfecção, mas chega a quem vai usá-la na temperatura correta”, explica o engenheiro responsável pela execução a obra do novo Hospital Badim, Wendel Silva.

Dessa maneira, todos os pontos com disponibilidade de água quente na unidade, como pias, chuveiros, escovatório do centro cirúrgico, áreas de preparação dos postos de enfermagem e de medicação, entre outros, contam com o sistema que garante mais segurança contra contaminação por Legionella. Segundo a enfermeira da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do novo Hospital Badim, Fernanda Pessanha, a iniciativa adotada ainda é um diferencial em unidades hospitalares brasileiras. “O que se vê na maioria dos hospitais é a análise da potabilidade da água, feita a cada seis meses. Esse cuidado preventivo para evitar a proliferação de bactérias não é comum”, ressalta Fernanda.

De acordo com a profissional, esse tipo de bactéria é muito recorrente em tubulações de água e pode causar problemas respiratórios graves, especialmente em uma pessoa que já esteja com a saúde debilitada: “Contrair a bactéria pode prolongar o tempo de internação, mas buscamos exatamente o oposto: que o paciente venha para tratar seu problema inicial e possa receber alta o mais breve possível.”

A Legionella pode causar infecção, principalmente, em pessoas com mais de 50 anos, portadoras de doença pulmonar crônica, doença cardiovascular avançada e imunodeprimidos (pacientes em hemodiálise, com HIV/AIDS, doenças onco-hematológicas, transplantados etc.). Os sintomas surgem entre dois a 10 dias após a exposição à bactéria e, em geral, são febre, cansaço, tosse, falta de ar e, às vezes, problemas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia. “A manifestação clínica da infecção por Legionella é a pneumonia, que pode se apresentar de forma moderada ou grave, fazendo com que o paciente tenha que ficar internado em uma UTI”, esclarece a infectologista da unidade, Lorena Monteiro.

Redação

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