Sudeste cresce em exames de imagem, aponta estudo da Abramed

A população brasileira está envelhecendo e atingiu padrões de longevidade semelhantes aos de países desenvolvidos. Em 2017, a expectativa de vida do brasileiro era de 75,8 anos. Com isso, o cenário atual é de aumento de demanda por serviços. Como forma de contribuir com o setor de medicina diagnóstica e traduzir as realidades e desafios das empresas atuantes do segmento, a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) desenvolveu o Painel Abramed, estudo que traz um retrato da Medicina Diagnóstica no Brasil.

As despesas com a realização de exames pela Saúde Suplementar foram de cerca de R$ 30 bilhões em 2017, montante 7% maior que no ano anterior. A Saúde Suplementar no Brasil foi responsável pela realização de 816,9 milhões de exames no ano de 2017, crescimento de 3% em relação ano anterior, o que aponta uma desaceleração em comparação a 2016, cujo aumento foi de 7%. Essa quantidade corresponde a cerca de 40% do total de exames realizados no país no mesmo ano (considerando os realizados pelo SUS). As empresas da Abramed representam 50,2% dos exames na Saúde Suplementar e 21% no total do país.

Segundo o Painel Abramed, a região Norte foi a que teve o maior crescimento de 2016 para 2017 do número dos exames realizados, com 11,8%. Na sequência, aparecem Centro-Oeste (8,5%), Sul (7,9%) e Sudeste (7,6%). A região Nordeste foi a que teve o menor percentual, de 2,8%. Embora apareça em terceiro lugar na quantidade de exames, o Sudeste tem a maior representatividade entre as regiões do país (48%). Depois, aparecem Centro-Oeste (22%), Nordeste (18%), Sul (10%) e Norte (2%).

REGIÃO SUDESTE

Em 2017, segundo o Painel Abramed, a região Sudeste foi responsável por 48% dos exames realizados em empresas Abramed no país. Desses exames, observa-se um aumento em alguns exames de imagem como ressonância magnética (10,3%) e ultrassonografia (25,9%). A região também se destaca em análises clínicas (7,2%) e genética (12,7%).

Painel Abramed

As mulheres compõem a maioria dos pacientes atendidos em todas as faixas etárias. Em um universo de 29 milhões de atendimentos, elas representaram 67% do total de pacientes que passaram por exames diagnósticos em 2017. Além de maior cuidado com a saúde, o resultado revela uma rotina de acompanhamento da saúde feminina, buscando-se a prevenção. Entre os exames periódicos, a mamografia teve crescimento de 5% e a ressonância magnética, de 10,8%.

A principal faixa etária atendida foi de mulheres entre 40 a 64 anos, cuja participação foi de 37%. No entanto, as pacientes com idade superior a 64 anos foram as que se destacaram no levantamento (78%).

Impacto da internet

Os exames são responsáveis por mais de 70% das decisões médicas. Fazê-los e levá-los de volta ao médico, portanto, é primordial para obter-se o diagnóstico certo. O levantamento da Abramed aponta crescimento acelerado do número de acessos dos resultados pela internet, com taxa média anual de 23% entre 2015 e 2017. No último ano, 14,3 milhões de laudos não foram retirados, ou seja, 3,5% dos exames realizados.

De acordo com Cláudia Cohn, presidente da Abramed, é importante desmistificar uma falsa afirmação amplamente disseminada, inclusive por órgãos do Governo Federal. “O desperdício alardeado por lideranças da saúde, as quais apontam que cerca de 30% dos exames não são retirados pelos pacientes, é incabível.”

O mercado de medicina diagnóstica no Brasil gerou uma receita bruta de aproximadamente R$ 35,4 bilhões em 2017. Com mais de 23 mil estabelecimentos que realizam procedimentos de diagnose, laboratorial, de imagem e outros, o setor é responsável por 241.931 empregos formais, segundo levantamento da Abramed. Além da importância econômica da medicina diagnóstica tanto como geradora de renda e emprego como impulsionadora da inovação tecnológica.

Redação

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